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Mães que perderam filhos no massacre da escola de Beslan, na Rússia, há um ano, disseram neste domingo que foram convidadas para um encontro com o presidente Vladimir Putin e que vão exigir saber por que não foram feitos mais esforços para salvar os reféns.

As mães disseram que vão se encontrar com Putin no Kremlin, no dia 2 de setembro. Pouco mais 300 pessoas, sendo a metade crianças, morreram na caótica operação para libertar a escola em Beslan de seqüestradores chechenos.

Alguns parentes acusam autoridades de alto escalão de não assumir a responsabilidade pela operação. Eles afirmam que a investigação atual encobre incompetência e corrupção.

- Vamos fazer perguntas e exigir uma resposta - disse Susanna Dudiyeva, chefe do grupo Comitê de Mães de Beslan, que perdeu o filho Zaurbek, de 12 anos, no cerco. - Temos perguntas sobre por que eles não salvaram nossos filhos, por que a investigação não é objetiva, por que isso aconteceu e por que nossas autoridades abdicaram de sua responsabilidade de salvar os reféns.

Uma porta-voz do Kremlin disse não ter informação sobre o encontro de Putin com as mães de Beslan.

Até agora, a maior autoridade que aceitou reunir-se com a mães de Beslan - muitas das quais ainda usam roupas pretas em sinal de luto - foi o representante presidencial no Sul da Rússia.

O Kremlin rejeitou pedidos de punição de autoridades pelo cerco de Beslan, afirmando que precisa esperar pela divulgação do relatório de uma comissão parlamentar.

Mas o relatório não dever ficar pronto até o aniversário da tragédia, e a pressão sobre o Kremlin vem crescendo.

Na semana passada, cerca de 15 membros do grupo das mães de Beslan ocuparam uma corte onde o checheno considerado o único seqüestrador que sobreviveu ao cerco está sendo julgado.

As mulheres disseram que o protesto não foi contra Nurpashi Kulayev, que começou a ser julgado em maio, mas contra falhas na investigação.

Na semana passada, a imprensa russa publicou reportagens dizendo que o próprio Putin está insatisfeito com o andamento do inquérito.

A escola de Beslan foi invadida por homens armados em 1º de setembro, quando as crianças chegavam para o primeiro dia do novo ano letivo. O impasse terminou em 3 de setembro, quando forças de segurança invadiram o prédio.

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