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Mais de trezentas organizações sindicais fundaram, nesta quarta-feira em Viena, a maior central sindical da história, com o objetivo de superar as divisões do passado e unidas enfrentar os desafios da globalização.

Assim foi fundada a Confederação Sindical Internacional (CSI), com a participação de quase 1.700 delegados, comprometidos com a globalização da luta pelos direitos dos trabalhadores em todo o planeta, em uma resposta à globalização do capital.

— Com plena consciência da transcendência histórica deste dia, declaramos fundada a CSI com 306 centrais sindicais nacionais de 154 países que representam 168 milhões de trabalhadores — disse Leroy Trotman, presidente do Grupo de Trabalhadores da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Nessas circunstâncias, nasceu a maior central sindical do mundo e da história, no primeiro dia de seu congresso constituinte, após a aprovação da declaração de princípios e dos estatutos.

Na CSI, cuja sede será Bruxelas, se fundem as antigas Confederação Internacional de Organizações Sindicais Livres (CIOSL) e a Confederação Mundial do Trabalho (CMT).

— A evolução da economia desvalorizou o trabalho e, por outro lado aumentaram os direitos do capital, o que é inaceitável — declarou o chileno Juan Somavia, secretário-geral da OIT, em discurso especial no plenário.

O cumprimento do programa de "trabalho decente" da OIT e dos Objetivos do Milênio das Nações Unidas são duas das prioridades da nova confederação, que em seus estatutos "se compromete a assegurar um desenvolvimento econômico e social completo e igualitário para trabalhadores e trabalhadoras no mundo todo".

José Elorrieta, secretário-geral do sindicato basco ELA, destacou que a criação da CSI "possibilitou a incorporação imediata de outras organizações muito importantes que ainda não eram filiadas a nenhuma central internacional".

As centrais sindicais a que se referia Elorrieta são a CTA, da Argentina; CGT da França; CUT, da Colômbia; UWTA-CS, de Angola; FISEMA, de Madagascar; OPZZ, da Polônia; TUC-N, da Nigéria; e GEFONT, do Nepal entraram hoje como membros fundadores da CSI.

— São muitas organizações, muito diferentes entre si, tanto por sua cultura, tamanho e forma de trabalho, e cada uma deverá contribuir com esta internacional com as questões de que é mais próxima — destacou Elorrieta.

O congresso despertou, além disso, fortes expectativas entre os sindicalistas da América Latina, que compareceram em grande número ao fórum a fim de fortalecer sua luta contra os problemas graves que afetam os trabalhadores do continente.

A equatoriana Mariana Guambo Moreno, vice-presidente da Confederação Equatoriana de Organizações Sindicais Livres (CEOSL) e eleita hoje integrante da Comissão de Regulamento da CSI, expressou sua esperança de que a central internacional fortaleça a luta pela "reforma do código trabalhista" em seu país.

— No Equador, não há direito à previdência social e, em muitos casos, os trabalhadores não recebem como pagamento nem sequer o salário mínimo vital estabelecido por lei — denunciou Guambo.

A luta contra a discriminação da mulher em todo o mundo, a defesa dos direitos sindicais e o combate ao trabalho infantil são três tarefas que a CSI quer abordar imediatamente. Esta edição do congresso, que será realizado a cada quatro anos, terminará na sexta-feira, com a eleição dos diretores.

Espera-se que o britânico Guy Ryder, até ontem secretário-geral da CIOSL, seja eleito secretário-geral, já que é o único candidato.

— O dia de hoje marca o início de um movimento sindicalista rejuvenescido — disse Ryder.

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