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Destruição causada por extremistas no último dia de Natal foi um lembrete de que os confrontos sectários permanecem violentos | Sunday Aghaeze/AFP
Destruição causada por extremistas no último dia de Natal foi um lembrete de que os confrontos sectários permanecem violentos| Foto: Sunday Aghaeze/AFP

Pelo menos 25 pessoas morreram entre quinta e sexta-feira no norte da Nigéria em quatro ataques contra cristãos, após expirar um ultimato dos islamitas do grupo Boko Haram aos fiéis desta confissão para que deixem o norte do país. No mais recente ataque, realizado na sexta-feira na cidade de Yola, estado de Adamawa, nordeste da Nigéria, ao menos oito pessoas morreram quando homens armados entraram em uma igreja, informou uma fonte médica.

"Trouxeram cadáveres da igreja atacada, temos entre oito e dez", disse a fonte. Outro ataque deixou 17 pessoas mortas na cidade de Mubi, também no estado de Adamawa, durante um funeral de cristãos mortos na noite anterior. Um morador de Mubi afirmou que, após o assassinato na véspera de cinco pessoas em um hotel, os amigos e parentes dos mortos se reuniram na casa de uma das vítimas. "Homens não identificados chegaram à casa e mataram 17 pessoas", afirmou Zubairu Abdulaziz.

Também no nordeste do país ocorreu outro ataque, na noite de quinta-feira, contra fiéis reunidos em uma igreja perto de Gombe. "Eram as sete e meia da tarde (16h30 de Brasília) quando homens armados invadiram a igreja e abriram fogo contra a assembleia de fiéis. Seis pessoas morreram no ataque e outras dez ficaram feridas", explicou John Jauro, pastor da igreja atacada.

Ainda na mesma região, um grupo se aproximou nesta sexta-feira de uma delegacia de polícia em Potiskum e começou a atirar a esmo, informaram moradores. "Um grande número de homens armados que aparentam ser membros do Boko Haram vieram e cercaram os escritórios da polícia. Gritaram ‘Allahu Akbar’ ("Deus é grande", em árabe) e atiraram indiscriminadamente", declarou uma testemunha, Kabiru Muazu.

Horas depois, o suposto porta-voz do grupo islamita assumiu a autoria dos ataques contra a igreja perto de Gombe. O porta-voz, que se apresentou como Abul Qaqa, também afirmou que os ataques foram uma resposta ao ultimato dado pelo grupo no domingo para que os cristãos deixassem em três dias o norte do país, de maioria muçulmana.

"Somos responsáveis pelos ataques em Mubi e Gombe", afirmou o suposto porta-voz, em declarações por telefone aos jornalistas na cidade de Maiduguri (nordeste). "Estamos ampliando nossas fronteiras para outros lugares para mostrar que a declaração de um estado de emergência pelo governo nigeriano não nos deterá. Nós realmente podemos ir aonde quisermos", emendou.

Ele exigiu que o governo federal liberte todos os membros do Boko Haram como condição para a suspensão dos ataques. "Os ataques são parte de nossa resposta ao ultimato que demos aos sulistas para deixar o norte", acrescentou.

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