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O procurador-geral dos Estados Unidos, Alberto Gonzales, disse numa entrevista coletiva nesta sexta-feira que nunca passou de um estágio inicial o plano dos sete homens detidos nos últimos dois dias sob suspeita de conspiração para cometer ato terrorista e colaboração com grupo terrorista. Agentes do FBI foram resposáveis pela prisão do grupo, que estaria planejando ataques contra escritórios do governo em Miami e contra o edifício Sears Tower, em Chicago, segundo informaram autoridades americanas nesta sexta-feira.

- Não houve ameaça real - disse Gonzales, admitindo que os acusados nunca mantiveram contato com a Al-Qaeda nem possuíam armas. - Eles não tinham o material necessário.

Segundo Alberto Gonzales, os detidos são jovens pobres, que pretendiam se tornar terroristas. O suposto líder do grupo, Narseal Batiste, precisou declarar falência pessoal por não conseguir pagar suas contas.

O indiciamento dos sete homens, por um tribunal do sul da Flórida, afirmou que eles juraram lealdade à Al-Qaeda para "fazer guerra" contra o governo dos Estados Unidos e para criar um exército islâmico. Segundo o texto, pelo menos um dos réus planejava destruir a torre Sears, de 110 andares, o edifício mais alto dos EUA.

Mas o vice-diretor do FBI, John Pistole, disse na entrevista coletiva do Departamento de Justiça que as discussões para atacar a torre Sears eram "mais aspiracionais que operacionais". Gonzales também ressaltou que não houve ameaça real à torre Sears nem aos cinco edifícios governamentais da região de Miami.

Cinco dos suspeitos - Narseal Batiste, Patrick Abraham, Rotschild Augustine, Burson Augustin e Naudimar Herrera - apresentarem-se rapidamente a um juiz de Miami nesta sexta-feira. Algemados e vestindo uniforme de prisioneiro e sandálias de plástico, eles receberam da corte a indicação de advogados para defendê-los.

Outro suspeito, Lyglenson Lemorin, foi preso em Atlanta e se apresentou ao tribunal local pela primeira vez também nesta sexta-feira.

O último suspeito, Stanley Grant Phanor, deve se apresentar à corte na próxima quarta-feira.

Segundo o Departamento de Justiça, cinco são americanos e dois são do Haiti, sendo que um dos haitianos está no país ilegalmente.

Os réus achavam que estavam discutindo os ataques com um integrante da Al-Qaeda, mas na verdade se tratava de um informante que trabalhava para o FBI, disseram as autoridades.

Eles foram presos quando agentes do FBI fortemente armados invadiram um armazém em um dos bairros mais pobres de Miami, Liberty City.

Um homem identificado como integrante do grupo religioso "Mares de David" disse à CNN na quinta-feira que cinco membros do grupo estão entre os detidos, e que eles não têm ligações com terroristas.

- Não somos terroristas. Somos membros de David, Mares de David - disse ele, identificado como irmão Corey.

Ele disse que o grupo tem "soldados" em Chicago, mas ressaltou que se trata de um movimento pacífico. A imprensa de Miami disse que o grupo de homens vendia xampu e tinta para cabelos nas ruas. Alguns trabalhavam em construções.

Segundo a agência Associated Press, vizinhos que vivem perto do armazém disseram que os rapazes detidos dormiam lá e trabalhavam no que pareciam ser exercídios militares. Houve quem dissesse se tratar de um grupo agindo sob lavagem cerebral.

- Eles vinham tarde da noite para se exercitar - disse à agência Tashawn Rose, de 29 anos. - Parecia um campo de treinamento que eles faziam aqui. Vinham e montavam guarda. Eles disseram que tinham dado suas vidas a Alá.

Segundo o texto do indiciamento, os réus também se tratavam entre si como "irmãos". O indiciamento afirmou que Batiste disse a um informante do FBI, pensando que ele era um representante da Al-Qaeda, que queria ir a um campo de treinamento com alguns de seus "soldados", para "fazer guerra" contra os Estados Unidos.

Seu objetivo era "matar todos os demônios que pudermos numa missão que seria 'tão boa ou maior que 11/9', começando com a destruição da torre Sears", afirmou o texto.

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