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Membros das Forças Armadas vigiam rua durante votação do referendo deste domingo (21), em Guayaquil
Membros das Forças Armadas vigiam rua durante votação do referendo deste domingo (21), em Guayaquil| Foto: EFE/Jonathan Miranda

O referendo convocado pelo presidente Daniel Noboa, neste domingo (21), contou com a participação de 72% da população e já está em fase de apuração de votos, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

As urnas foram fechadas no final desta tarde, quando a presidente do órgão eleitoral, Diana Atamaint, acompanhada pelos conselheiros da organização e delegados das Forças Armadas e da Polícia, informou que a apuração já havia começado. Segundo o CNE, os primeiros resultados serão divulgado em aproximadamente duas horas.

O dia de votação seguiu em clima de tranquilidade até esta tarde, quando o Serviço Nacional de Atenção Integral às Pessoas Privadas de Liberdade (SNAI) comunicou o assassinato de Cosme Parrales, diretor do presídio El Rodeo, localizado na província costeira de Manabí.

Segundo a imprensa local, a autoridade havia assumido o cargo há cinco dias e foi morto a tiros por criminosos em um restaurante onde almoçava na cidade de Jipijapa, perto de Portoviejo.

Em meio a uma forte segurança militar e policial, os equatorianos foram às urnas em consulta popular convocada pelo governo para endurecer o combate à violência desencadeada pelo crime organizado, diante de um cenário catastrófico de insegurança, que já resultou na morte de centenas de pessoas no país, nos últimos três anos.

Os comandantes da Polícia Nacional e das Forças Armadas participaram do referendo para promover reformas constitucionais e legislativas no país, visando fortalecer principalmente a luta contra a violência e a corrupção no país. Além disso, o referendo busca atrair novos investimentos e empregos para o país.

Embora o voto seja facultativo para policiais e militares no Equador, os chefes da Polícia, César Zapata, e do Comando Conjunto das Forças Armadas, Jaime Vela, foram juntos votar na consulta, na qual boa parte das onze perguntas tem a ver com as forças do Estado. A principal delas é a possibilidade de as Forças Armadas apoiarem permanentemente a polícia em suas operações contra o crime organizado, sem a necessidade de emitir estados de exceção para essa finalidade.

Os equatorianos também votaram sobre a possibilidade de designar as Forças Armadas para controlar o acesso às prisões, o epicentro da crise de violência do país, muitas das quais eram dominadas por gangues até meses atrás, quando Noboa militarizou as penitenciárias e apreendeu grandes quantidades de armas e explosivos que os prisioneiros mantinham dentro delas.

Outra questão do referendo relacionada às forças do Estado é a criação de um crime específico de posse e porte de armas para uso exclusivo da Polícia e das Forças Armadas. Da mesma forma, os equatorianos também foram convidados a decidir se as armas apreendidas de criminosos serão usadas para equipar policiais e militares.

Na mesma cédula de votação, há perguntas para aumentar as penas para delitos relacionados ao crime organizado e para eliminar os benefícios da prisão para os condenados por alguns desses mesmos crimes. Há também perguntas para permitir a extradição de equatorianos procurados pela justiça em outros países e para facilitar a expropriação de bens de origem ilícita.

Noboa aguarda os resultados no Palácio Presidencial

O presidente Daniel Noboa, que promoveu a consulta popular e o referendo deste domingo, aguarda os primeiros resultados do referendo no Palácio Presidencial de Quito, segundo informou o secretário de imprensa, Roberto Izurieta. Noboa está acompanhado de sua esposa, familiares, amigos e membros do gabinete.

“É um dia para celebrar a participação e decisão do povo equatoriano. Os votos estão a ser contados, temos de esperar com paciência”, disse Izurieta em declarações à imprensa. O porta-voz afirmou que o dia foi tranquilo e falou da civilidade dos equatorianos ao irem às urnas apesar da atual crise que o país enfrenta.

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