Um forte tremor sacudiu a já traumatizada ilha indonésia de Lombok na quinta-feira (9), onde dezenas de milhares de pessoas já estavam desabrigadas devido a um terremoto, e fez com que moradores em pânico deixassem suas casas e carros quando os prédios desmoronaram.
O último tremor, o terceiro em mais de uma semana, teve magnitude de 6,2, segundo a agência geológica da Indonésia, e não tem potencial de causar um tsunami. O United States Geological Survey mediu o terremoto em 5,9.
Segundo a agência de notícias Associated Press, o ministro da Segurança na Indonésia, Wiranto, disse que o número de mortos do terremoto de domingo subiu para 319.
Grupos humanitários dizem que estão concentrando seus esforços em alcançar áreas que até agora estavam intransitáveis devido aos edifícios destruídos, estradas e outras destruições relacionadas ao terremoto de domingo.
"O acesso é difícil, porque o terremoto [do domingo] foi tão forte", disse Husni, porta-voz da Federação Internacional da Cruz Vermelha, que, como muitos indonésios, tem apenas um nome.
Falando ao Washington Post por telefone a caminho de uma vila seriamente danificada, ele disse que quase 80% dos edifícios e estruturas, incluindo casas, escolas e instalações comunitárias, foram destruídos naquela área. Algumas aldeias desabaram completamente.
Várias pontes foram destruídas, atingidas por deslizamentos de terra, tornando muito difícil o apoio do governo e das organizações não-governamentais internacionais.
"Até agora, não conseguimos passar por essas áreas. Ainda estamos trabalhando nisso", acrescentou Husni.
Novo tremor causa pânico
Testemunhas descreveram cenas de pânico quando os novos tremores atingiram a ilha. Moradores deslocados que estão em abrigos saíram de suas casas temporárias, temendo mais destruição de estruturas já enfraquecidas pelos dois terremotos anteriores.
A agência humanitária Yayasan Plan International Indonesia alertou que milhares de crianças ficaram desabrigadas e foram forçadas a dormir em campos abertos sem roupas quentes ou cobertores. Mais de mil escolas foram danificadas, segundo a organização.
"Os abrigos que as pessoas fizeram para si não são seguros. Durante a noite as crianças ficam com frio, não têm cobertores ou roupas adequadas para se manterem aquecidas", disse Hana Yulia, funcionária do grupo que está em Lombok. "Muitas crianças pegaram resfriados, estão sofrendo".
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