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Homens armados pró-Rússia bloqueiam o acesso à área em que foram encontrados os restos do voo MH17 e dos 298 passageiros que estava dentro dele, em Donetsk, no leste da Ucrânia | Vladimir Groisman/Efe
Homens armados pró-Rússia bloqueiam o acesso à área em que foram encontrados os restos do voo MH17 e dos 298 passageiros que estava dentro dele, em Donetsk, no leste da Ucrânia| Foto: Vladimir Groisman/Efe

Bélico

Kiev denuncia frota de blindados russos na fronteira com a Ucrânia

Efe

Kiev denunciou ontem a concentração de blindados russos na fronteira russo-ucraniana, tanto à altura da região de Lugansk, no conflituoso leste da Ucrânia, como na península da Crimeia, anexada por Moscou em março. "Cem blindados das Forças Armadas da Rússia chegaram de trem à estação ferroviária de Otvázhnoe, na região de Rostov. A coluna partiu rumo a Novoshajtinsk", cidade russa na fronteira com a região ucraniana de Lugansk, denunciou o porta-voz do Comitê de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, Andrei Lisenko.

De acordo com Lisenko, as tropas da Rússia também reforçaram a presença de blindados em uma estreita faixa de terra que separa a região da Crimeia do resto do território da Ucrânia, à altura da cidade ucraniana de Strelkóvoe, na região de Jersón.

O Conselho de Segurança Nacional ucraniano dispõe de dados que indicam que os militares russos estão minando as águas territoriais da Crimeia no mar de Azov, consideradas ucranianas por Kiev e pela maior parte da comunidade internacional.

A suposta concentração das tropas russas na fronteira coincide com a chegada à Ucrânia dos analistas internacionais que deverão investigar as circunstâncias da queda na quinta-feira do Boeing 777, da Malaysia Airlines.

A Ucrânia e parte da comunidade internacional criticaram a Rússia pelo apoio que o país presta aos separatistas que agem no leste da Ucrânia.

5 jogadores brasileiros e um argentino que se negaram a embarcar com o resto do time em Genebra, com destino à Ucrânia, foram advertidos ontem pelo magnata Rinat Akhmetov, dono do Shakhtar Donetsk. Eles jogaram no sábado um amistoso com o Lyon, permaneceram na cidade e foram dados como "desaparecidos" pelo clube ucraniano. A sede do Shakhtar fica na cidade de Donetsk.

298 passageiros estavam no Boeing 777-200ER, da Malaysia Airlines, quando o avião foi atingido por um míssil e explodiu no ar, segundo a versão apresentada pelos americanos. Moradores da região de Donetsk em que a aeronave caiu relataram uma "chuva de corpos".

  • Conselho de Segurança da ONU vota a resolução envolvendo o voo malaio: decisão unânime

A Malásia chegou ontem a um acordo com Aleksander Borodai, líder de um grupo separatista rebelde no leste da Ucrânia, para retirar os corpos de vítimas da tragédia do voo MH17, disse o primeiro-ministro malaio, Najob Razak.

Ainda de acordo com o premiê, eles também chegaram a um acordo para a entrega das duas caixas-pretas do Boeing 777-200ER da Malaysia Airlines, que caiu na Ucrânia em 17 de julho com 298 pessoas a bordo.

Investigadores internacionais independentes também tiveram garantido o acesso ao local da queda para começarem uma investigação plena, segundo o premiê.

"Nos últimos dias, nós temos trabalhado nos bastidores para estabelecer contato com aqueles que controlam o local da queda do MH17. Esse contato foi feito agora", declarou Razak em um discurso na tevê. "Sob circunstâncias difíceis e fluidas, temos analisado os problemas que nos ocupam a todos: obter evidências vitais sobre o avião, lançar uma investigação independente e, acima de tudo, recuperar os restos dos que perderam a vida."

Pelo acordo, os restos de 282 pessoas seriam transportados de trem de Torez para Kharkiv. Lá, seriam entregues a representantes da Holanda. Razak não especificou o que aconteceu com os demais corpos.

Os restos mortais serão transportados a Amsterdã em um avião militar Her­­cules C130 da Holanda, com seis membros de uma equipe malaia que os acompanhará também no trem.

Razak acrescentou que às 9 horas da manhã de ontem, pelo horário da Ucrânia, as duas caixas-pretas da aeronave foram entregues a uma equipe malaia em Donetsk. Por fim, investigadores internacionais terão acesso seguro ao local do desastre e permissão para começar seu trabalho.

Caça

O Ministério da Defesa da Rússia apresentou ontem seu primeiro relato detalhado sobre os momentos finais do voo MH17, destacando que os radares russos localizaram uma segunda aeronave na região pouco antes da tragédia. As imagens de satélite mostram que a Ucrânia movimentou seu sistema de mísseis para a área antes do incidente. Autoridades ucranianas acusam os rebeldes pró-Rússia pela explosão.

ONU aprova investigação

Folhapress

O Conselho de Segurança da ONU aprovou ontem, por unanimidade, uma resolução que pede investigação internacional independente sobre a queda do avião da Malaysia Airlines na última quinta-feira, que matou 298 pessoas na Ucrânia.

A Rússia, que tem poder de veto no Conselho, votou junto com Estados Unidos, Reino Unido e França a favor do texto, de autoria da Austrália, que pede "acesso seguro" aos investigadores e para que os corpos sejam retirados do local.

No último domingo, a agência de notícias Reuters afirmou que o rascunho condenava a "derrubada" do avião e exigia que os responsáveis pelo incidente "sejam responsabilizados e que todos os Estados cooperem plenamente com os esforços para estabelecer essa responsabilidade". Ainda não está claro se o texto final cita um envolvimento direto dos separatistas pró-Rússia na derrubada.

Na sexta-feira passada, o Conselho havia aprovado um comunicado pedindo "investigação internacional completa e independente", além do acesso imediato de investigadores ao local da queda.

Nesse mesmo dia, a embaixadora dos EUA na ONU, Samantha Power, havia subido o tom contra Moscou, alegando que "não se pode descartar a assistência de pessoal russo para operar os sistemas" de mísseis envolvidos.

"Por causa da complexidade técnica do SA-11 [como é chamado pela Otan o míssil russo 9K37 Buk], é improvável que os separatistas possam ter efetivamente operado o sistema sem a ajuda de pessoal especializado", disse Power.

Em respostas, o representante russo, Vitaly Churkin, pediu uma investigação livre de "pré-julgamentos e insinuações injustificáveis". Ele, no entanto, disse ser necessário apurar também a responsabilidade das autoridades ucranianas, que teriam "enviado um voo de passageiros para uma área de conflito militar".

"Para qualquer pessoa nor­­mal, uma pergunta aparece: por que [os controladores] ucranianos enviaram um voo de passageiros para uma área de conflito militar -uma área que está sendo usada para atacar alvos civis?", disse Churkin.

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