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Gbagbo (à direita) se reúne com os presidentes do Benin, Serra Leoa e Cabo Verde (a partir da esquerda) | Sia Kambou/AFP
Gbagbo (à direita) se reúne com os presidentes do Benin, Serra Leoa e Cabo Verde (a partir da esquerda)| Foto: Sia Kambou/AFP

Referendo

Bashir diz que aceitará separação do sul do Sudão

O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, disse ontem que ajudará a construir um Estado "irmão, estável e seguro" no sul do país, se a população local votar pela independência em um referendo que acontecerá em 9 de janeiro de 2011. Também ontem, o chefe da Liga Árabe, Amr Moussa, disse que a organização enviará observadores ao referendo. Segundo ele, nem o norte e nem o sul desejam retornar à guerra civil, que durou duas décadas e deixou pelo menos 2 milhões de mortos. "Eu não sinto qualquer inclinação à violência, a despeito de qual for o resultado do referendo" disse.

Al-Bashir, que é procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) das Nações Unidas por crimes de guerra e genocídio na região do Darfur, oeste do Sudão, disse no começo deste mês que o norte do Sudão irá reforçar a Sharia, ou lei islâmica, após o referendo.

Três veículos da Operação das Nações Unidas na Costa do Mar­­fim com 22 soldados foram atacados ontem em Abidjã, por um "nu­­­meroso grupo" de pessoas. Um agente foi ferido a facadas, informou a missão da ONU no país.

As forças da ONU tentam controlar a disputa pós-eleitoral de­­pois que o presidente Laurent Gbagbo não reconheceu a vitória do opositor Alassane Ouattara e reverteu o resultado das eleições com um recurso à Corte Constitu­­cional.

Gbagbo ameaçou ontem ex­­pulsar embaixadores dos países que tenham descredenciado em­­baixadores do seu governo no ex­­terior.

"Nós entendemos que alguns governos, dizendo que eles estão agindo na base de comunicados vindos do Sr. Alassane Ouattara, pretendam colocar um fim às missões dos nossos embaixadores nos seus países", disse o governo de Gbagbo em comunicado, lido na emissora estatal de televisão RT1.

"Confrontados com essas decisões, contrárias à prática diplomática, nos reservamos ao direito de aplicar a reciprocidade, ao finalizar as missões diplomáticas dos embaixadores dos países em questão", disse o comunicado, lido pelo porta-voz Ahoua Don Mello.

Pressão

Gbagbo também rejeitou ontem um pedido de três presidentes africanos para renunciar ao po­­der.

Boni Yayi, do Benin, Ernest Bai Koroma, de Serra Leoa, e Pedro Pires, de Cabo Verde, entregar em Abidjã um pedido assinado pelo bloco dos países da África Oci­­den­­tal, o Ecowas, pela renúncia de Gbagbo. Caso recusasse, enfrentaria uma intervenção militar.

O governo de Gbagbo havia dito inicialmente que receberia os emissários "como irmãos e amigos e escutaria a mensagem que vieram entregar".

Mas pouco antes da reunião prevista com Gbagbo, seu governo alertou que não toleraria a interferência em seus assuntos internos, e não cederia a nenhum pedido.

Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram uma proibição de viagem a Gbagbo e às pessoas próximas a ele.

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