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Yoani acena para o público no aeroporto de Guararapes | Helia Scheppa/Reuters
Yoani acena para o público no aeroporto de Guararapes| Foto: Helia Scheppa/Reuters

Repercussão

Para Patriota, viagem da ativista indica maior liberdade aos cubanos

Agência O Globo

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou ontem que o governo brasileiro sempre deixou claro que daria todas as condições para que a blogueira Yoani Sánchez entrasse no Brasil. Patriota disse desconhecer a informação de que um dossiê produzido pelas autoridades do país caribenho teria sido distribuído para desmoralizar a dissidente cubana. "Ela já se encontra no Brasil. Isso é reflexo, também, de um processo de maior liberdade para os cidadãos cubanos. Tem sido reconhecido internacionalmente até", disse Patriota, acrescentando que o governo brasileiro já concedeu visto a Yoani em mais de uma ocasião. "Sobre esse [movimento de tentar] desmoralizar... não conheço esse movimento nem tomei conhecimento de nenhuma medida nesse sentido", concluiu.

Novidade

Blogueira usa iPad pela primeira vez e elogia a "conexão rápida"

Folhapress

Habituada à escassez digital cubana, a blogueira Yoani Sánchez aproveitou seus primeiros momentos em solo brasileiro para ter contato com aparelhos que não chegam ao povo de seu país. Ela experimentou um iPad para postar no Twitter. "Uauu, que conexão mais rápida", tuitou, logo depois de postar duas fotos de sua chegada ao aeroporto. Sánchez quer aproveitar a viagem para conhecer tecnologias com as quais nunca teve contato. "Estou como uma criança encantada quando conhece algo novo", disse ela sobre o tablet.

Grupos de manifestantes ligados a movimentos estudantis e sociais, ao PC do B e ao PT impediram a exibição de um filme ontem à noite em Feira de Santana, na Bahia, com a presença da ativista cubana Yoani Sánchez.

Aos gritos de "traidora", "Cuba sim, ianques não", os militantes tomaram o salão da Casa do Saber, um planetário cedido pela prefeitura para a exibição de Conexão Cuba–Honduras, do cineasta baiano Dado Galvão, que tem como uma das protagonistas a jornalista dissidente de Cuba, que desembarcou ontem no Brasil.

A chegada de Sánchez fez os ânimos se exaltarem e a blogueira teve de ser recolhida na sala de diretoria, enquanto o senador Eduardo Suplicy (PT) tentava uma negociação com os manifestantes.

O ex-vereador do PT Angel Almeida negociou a mudança do evento: de exibição de documentário a debate, com participação dos militantes.

A exibição frustrada foi o ápice de uma jornada até o momento tumultuada por protestos, que começaram na primeira escala de Sánchez, em Recife – ela teve até o cabelo puxado –, e seguiram em seu desembarque em Salvador.

Na Bahia, Yoani foi forçada a sair pelo desembarque de autoridades oficiais por conta de uma manifestação realizada por cerca de 20 simpatizantes do governo cubano. O grupo portava cartazes chamando a blogueira de "mercenária".

"Um protesto assim contra um convidado do governo cubano não duraria mais que dois minutos", comentou a blogueira de 37 anos. "Eu quero crer que são espontâneos, porque aí se encaixaria na ideia de democracia que esperava encontrar no Brasil", disse, já a caminho de Feira de Santana (a 100 km da capital baiana).

Os manifestantes, que não viram Yoani de perto, chamaram a cubana de "liderança fabricada", acusaram-na de ser "financiada pela CIA" (agência de inteligência dos Estados Unidos).

No final de semana, a revista Veja publicou que o embaixador de Cuba no Brasil, Carlos Zamora Rodrigues, se reuniu em 6 de fevereiro deste ano com militantes do PT e do PCdoB para realizar campanha difamatória contra a blogueira.

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