Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Pleito

Manifestantes russos temem violência do governo após eleição

Policiais com capacetes pretos recolheram mais de 500 pessoas, incluindo vários líderes da oposição, que participaram na segunda-feira de manifestações não-autorizadas em Moscou e São Petersburgo

Polícia russa prendeu cerca de 500 manifestantes nos protestos de segunda-feira | REUTERS/Thomas Peter
Polícia russa prendeu cerca de 500 manifestantes nos protestos de segunda-feira (Foto: REUTERS/Thomas Peter)

Líderes oposicionistas russos acusaram Vladimir Putin de endurecer a repressão aos dissidentes, depois de tropas de choque da polícia deterem centenas de manifestantes que contestavam a vitória dele na eleição presidencial de domingo.

Policiais com capacetes pretos recolheram mais de 500 pessoas, incluindo vários líderes da oposição, que participaram na segunda-feira de manifestações não-autorizadas em Moscou e São Petersburgo, ou que se negaram a se dispersar ao final de um evento que havia sido autorizado.

Muitos manifestantes foram rapidamente libertados, como Alexei Navalny, cujo blog sobre a corrupção fez dele uma referência para o movimento anti-Putin. Outros, no entanto, poderiam ser condenados nesta terça-feira a penas de prisão curtas.

Após três meses de protestos pacíficos, iniciados por causa das suspeitas de fraude na eleição parlamentar de dezembro, a intervenção policial sinaliza que Putin está perdendo a paciência com a oposição e poderá reprimir manifestantes que saírem da linha.

Mas a moderação demonstrada pela maioria dos policiais, mesmo ao empurrar manifestantes para as viaturas, também sugeriu que Putin está determinado a não dar chance aos seus críticos para que o retratem como um ditador pronto para suprimir qualquer contestação à sua autoridade.

Por outro lado, testemunhas disseram que a polícia foi mais dura contra um grupo que tentou protestar na praça Lyubianka, em frente à sede do Serviço Federal de Segurança (sucessor da soviética KGB, onde Putin fez carreira). Mesmo na praça Pushkin houve relatos de que alguns manifestantes ficaram machucados, e uma deles disse ter tido o braço quebrado.

"O uso da força e da detenção de políticos oposicionistas poderia ter sido evitado", disse pelo Twitter, na noite de segunda-feira, o candidato presidencial derrotado Mikhail Prokhorov.

"Foi um comício pacífico. Estou indignado com o uso da força contra pessoas que vieram expressar suas opiniões. Os fatos de hoje na praça Pushkin romperam a tradição dos recentes protestos sociais no país."

Putin, atualmente primeiro-ministro, foi eleito presidente no domingo com mais de 64% dos votos. Ele já ocupou o cargo entre 2000 e 2008.

Observadores independentes disseram que o processo eleitoral foi fortemente manipulado para beneficiar Putin, o que as autoridades negam.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.