• Carregando...
 | Louisa Gouliamaki/Reuters
| Foto: Louisa Gouliamaki/Reuters

Manifestantes lançaram bombas incendiárias contra policiais do lado de fora do Parlamento grego, na capital Atenas, nesta quarta-feira (10), durante a greve geral que paralisou a Grécia e aumentou a pressão sobre o governo conservador, que enfrenta a maior revolta em décadas.

"Governo assassino", gritavam os manifestantes, furiosos com a morte de um adolescente no sábado (6) pela polícia. O crime deu início a quatro dias de violência, alimentada pela raiva latente do povo com escândalos políticos, o aumento do desemprego e a pobreza.

Testemunhas disseram que o policial atirou deliberadamente no jovem, mas seu advogado declarou nesta quarta-feira que um laudo de balística mostra que o adolescente foi morto por uma bala que ricocheteou acidentalmente. "A investigação mostra que a bala ricocheteou. Portanto, isso foi um acidente", disse o advogado Alexis Kougias. O laudo de balística ainda não foi publicado oficialmente.

Protestos estouraram em pelo menos 10 cidades, e o custo dos danos a lojas e empresas somente em Atenas é estimado em cerca de 200 milhões de euros (aproximadamente R$ 641,8 milhões). "Em Atenas, tivemos 565 lojas com sérios danos ou completamente destruídas", disse Vassilis Krokidis, vice-presidente da Confederação Grega de Comércio.

Milhares de pessoas marcharam para o Parlamento nesta quarta-feira, em um protesto sindical que rapidamente se tornou violento. A polícia lançou bombas de gás lacrimogênio e os manifestantes responderam com pedras, garrafas e paus.

O partido socialista, de oposição, afirmou que o governo, que tem maioria apertada e sofre nas pesquisas de opinião, perdeu a confiança do povo e que são necessárias novas eleições.

"A participação na greve é total, o país está paralisado", disse Stathis Anestis, porta-voz da federação sindical GSEE, que convocou uma paralisação de 24 horas.

Os vôos domésticos e internacionais foram cancelados, bancos e escolas permaneceram fechados, os hospitais funcionavam em esquema de plantão e milhares de gregos faltaram no trabalho.

Os sindicatos dizem que as privatizações, o aumento de impostos e a reforma previdenciária pioraram as condições do país, especialmente para os 20% de gregos que vivem abaixo da linha de pobreza.

"Há vontade de mudança: mudança social, econômica e política", disse Odysseas Korakidis, 25 anos, que trabalha em dois empregos. "Não é incomum ter dois empregos para ganhar só 800 ou 1000 euros por mês. Em outros países, isso é inconcebível!"O primeiro-ministro Costas Karamanlis, que assumiu o poder em meio à euforia das Olimpíadas de 2004 em Atenas, apelou a líderes políticos em nome da unidade, e pediu aos sindicatos que cancelem o protesto. Mas seus pedidos foram rejeitados pela oposição.

"Ele e seu governo são responsáveis pela ampla crise que o país e a sociedade grega estão passando", disse o porta-voz do partido socialista, George Papakonstantinou.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]