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A melhora da segurança nuclear no mundo depois do acidente do ano passado na usina japonesa de Fukushima tem de continuar sendo uma preocupação urgente, apesar dos avanços já obtidos, disse nesta segunda-feira (27) o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Yukiya Amano.

"Ainda há muito trabalho a ser feito e nós não podemos baixar a guarda", afirmou Amano, no início de uma conferência patrocinada pela AIEA com o objetivo de elevar os padrões internacionais para impedir a repetição do colapso do reator no Japão.

"O acidente pode ter desaparecido das manchetes internacionais, mas é essencial que todos nós - Estados membros, a AIEA e outros participantes-chave - mantenhamos nosso senso de urgência", afirmou o diplomata japonês.

Amano fez o pronunciamento para delegados da Convenção sobre Segurança Nuclear, que reúne 75 países e foi negociada depois do desastre nuclear de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia.

O representante da Administração Nacional de Segurança Nuclear na China, Li Ganjie, que preside a conferência de uma semana de duração, disse que a segurança nuclear "não pode conhecer limites", mesmo que isso eleve os custos.

"Sem segurança nuclear não pode haver nenhum desenvolvimento da energia nuclear", disse.

O desastre na usina nuclear de Fukushima após o terremoto e tsunami de março de 2011 espalhou radiação por amplas áreas do Japão, forçando mais de 160 mil pessoas a abandonar suas casas. Nos meses seguintes, todos os reatores nucleares remanescentes do Japão foram desligados para avaliações da segurança. Dois reatores voltaram a operar no mês passado.

O pior incidente nuclear no mundo desde Chernobyl também deixou no ar uma interrogação sobre o futuro da energia nuclear. Na Europa, a Alemanha, a Suíça e a Bélgica decidiram se desvencilhar da energia nuclear e ampliar a fatia da energia renovável.

A AIEA, uma agência da ONU, disse acreditar, porém, que o uso da energia nuclear poderá aumentar no mundo por volta de 100 por cento até 2030, em razão do crescimento da Ásia, incluindo China e Índia.

Amano afirmou que houve progresso significativo em várias áreas importantes, depois da adoção de medidas de segurança pela AIEA no ano passado, incluindo a avaliação de vulnerabilidades na segurança de usinas nucleares e melhorias na prontidão para emergências.

A convenção inclui todos os países com usinas nucleares, exceto o Irã.

Alguns países criticaram o plano da AIEA, aprovado seis meses depois do acidente de Fukushima, por recomendar medidas voluntárias em vez de obrigatórias.

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