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Cidade do Vaticano - De acordo com o L’Osservatore Romano, jornal do Vaticano, que no domingo fez uma homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a máquina de lavar roupas é o verdadeiro símbolo da emancipação feminina no século 20, mais do que a pílula anticoncepcional.

Em sua edição do dia 8 de março, publicada na noite de sábado, o L’Osservatore Romano traz um artigo intitulado "A máquina de lavar e a emancipação da mulher."

"Coloque o sabão, feche a tampa e relaxe", afirma o jornal, citando o manual de utilização de um dos primeiros modelos de lavadora automática lançados no mercado. "No século 20, o que teve mais influência na emancipação das mulheres ocidentais?", pergunta a jornalista Giulia Galeotti.

"O debate segue aberto. Alguns dizem que foi a pílula, outros, a liberalização do aborto, ou mesmo trabalhar fora de casa. No entanto, outros vão mais longe: a máquina de lavar roupa", pondera Galeotti.

O L’Osservatore Romano conta a origem do eletrodoméstico, quando o teólogo alemão Jacob Christian Schaffern construiu um primeiro protótipo em 1797, e se refere à "mística sublime de poder trocar ‘os lençóis duas vezes por semana ao invés de uma’", frase atribuída à célebre feminista americana Betty Friedan.

"A princípio, as máquinas eram muito volumosas. Rapidamente, no entanto, a tecnologia criou modelos mais estáveis, leves e eficazes", criando "a imagem da superdona-de-casa, sorridente, maquiada e radiante entre os eletrodomésticos de sua casa", escreve o L’Osservatore.

O artigo provocou reações indignadas de comentaristas e políticos. "Em vez de entrar num debate abstrato sobre o sexo, seria melhor que o L’Osservatore Romano discutisse a realidade, como o medo que as mulheres sentem quando estão nas ruas ou entre as paredes de suas próprias casas", disse a deputada Paola Concia, da oposição italiana, segundo o jornal La Stampa.

O L’Osservatore já afirmou no passado que a pílula é uma das causas da infertilidade masculina e que também colabora para poluir o meio ambiente.

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