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Desenvolver novas técnicas na obtenção de energia limpa com tecnologia local para baratear custos representa um desafio para os pesquisadores. É o caso do grupo que trabalha em um projeto originado no Laboratório em Tecnologia Submarina da Coordenação dos Programas de pós-graduação de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Um convênio entre a Eletrobrás, o governo do Ceará e a UFRJ possibilitou o aprofundamento das pesquisas sobre as ondas do mar na geração de eletricidade, conta Segen Estefen, professor do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe e Coordenador do Laboratório de Tecnologia Submarina.

"O próximo passo será a construção dos equipamentos para a usina a ser instalada no Ceará, no Porto de Pecém (a cerca de 60 quilômetros de Fortaleza)". O custo/benefício, diz o professor, é comparável ao da energia eólica. "Os equipamentos são produzidos no Brasil justamente para garantir custos menores."

Quando estiver pronta, a usina vai ser monitorada por dois anos. Os pesquisadores querem saber se o projeto é comercialmente viável. A capacidade inicial da Usina de Energia das Ondas será de 500 kw de potência, o suficiente para o consumo de 200 famílias. No Ceará, as ondas não são grandes, têm cerca de 1,5 metro de altura, mas oferecem o benefício da regularidade, proporcionada pelos ventos alíseos. "Usinas de ondas são ainda mais apropriadas do Espírito Santo para baixo", diz Estefen.

Para ele, o ponto forte das energias renováveis é a diversidade. As ondas são "uma possibilidade a mais". O especialista aponta o Reino Unido como um dos países mais avançados nos estudos sobre ondas. Os britânicos têm vários aparatos na costa portuguesa.

Estefen acredita que o Brasil ainda deve estabelecer uma nova regulamentação para as energias renováveis como forma de atrair investidores e fontes de financiamento viáveis para que ocorram mais empreendimentos. "No caso da tecnologia para obtenção da energia das ondas carece de consolidação das pesquisas antes de passar para a fase comercial."

Se o potencial dessa forma de geração se confirmar, o Brasil estará pronto para surfar nas energias do futuro. (KC)

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