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Manifestantes homofóbicos entram em conflito com policiais | Marko Djurica/Reuters
Manifestantes homofóbicos entram em conflito com policiais| Foto: Marko Djurica/Reuters
  • Um manifestante homofóbico joga uma pedra em direção policiais durante confrontos em Belgrado

Uma parada pelo direito dos gays em Belgrado resultou em violência neste domingo, com milhares de policiais enviados para proteger os manifestantes que foram atingidos por violentos protestos homofóbicos, os quais provocaram tumultos e destruição em sedes de partidos políticos.

Na pior onda de violência na capital da Sérvia em dois anos, mais de 110 policiais foram feridos em confrontos com gangues de 'skinheads', e um dos 1.500 participantes da parada foi brutalmente espancado ao chegar em casa, disseram autoridades.

Retirados do local da parada por 5 mil policiais, os manifestantes homofóbicos se voltaram para outros alvos, invandindo a recepção da emissora de televisão estatal, tentando entrar no parlamento, quebrando janelas da embaixada da Áustria e queimando carros em frente à embaixada da França.

O corpo de bombeiros controlou o incêndio na sede do Partido Democrático, do presidente Boris Tadic, e nas instalações do aliado na coalizão, o Partido Socialista, as quais também foram atacadas antes da situação ser controlada no início da noite no país.

O ministro da Defesa, Dragan Sutanovac, disse que foi "um dia muito ruim para Sérvia", enquanto o presidente Tadic garantiu que trará os idealizadores da onda de violência para a Justiça.

"A Sérvia vai garantir os direitos humanos para todos os cidadãos, independentemente de sua diversidade. Ninguém vai tolerar atentados que os ameacem", disse Tadic, que não participou da parada, assim como outras importantes autoridades.

Este episódio destaca a intolerância que ainda permeia a sociedade da Sérvia uma década depois de o país ter deposto o ditador Slobodan Milosevic, acabando com o status de excluído que perseguiu o país durante a guerra dos Balcãs em 1990.

A parada, a primeira desse tipo em Belgrado em aproximadamente uma década, foi considerada como um teste da disposição da Sérvia em se tornar um país mais moderno, dando abertura à sociedade depois de anos de conflitos estimulados por aversões étnicas.

O surto de violência aconteceu apenas dois dias antes da visita da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, com o objetivo de reafirmar o apoio de Washington às aspirações da Belgrado na União Europeia (UE).

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