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Indígenas amazônicos favoráveis à criação da reserva ecológica de Tipnis marcham em La Cumbre, a 25 km de La Paz | David Mercado/Reuters
Indígenas amazônicos favoráveis à criação da reserva ecológica de Tipnis marcham em La Cumbre, a 25 km de La Paz| Foto: David Mercado/Reuters

A marcha de indígenas bolivianos que defendem a reserva ecológica do Tipnis e se opõem à construção de uma estrada defendida pelo presidente Evo Morales chegou nesta quarta-feira (27) a La Paz, onde paralelamente se manifestam os partidários do governante.

Centenas de indígenas entraram na cidade, sede do governo e do Parlamento, liderados pelos dirigentes Fernando Vargas, Adolfo Chávez e Rafael Quispe, que pretendem que a mobilização chegue até a Praça Murillo, onde fica o palácio do governo de Morales.

Simultaneamente, milhares de partidários do presidente, na maioria indígenas andinos e mineiros, saíram da cidade vizinha El Alto em direção a La Paz e devem se concentrar em uma praça por onde passarão os índios.

As manifestações rivais chegaram pouco depois de Morales conseguir resolver um motim de uma semana envolvendo milhares de oficiais de baixas patentes, através de um aumento salarial, e de a vigilância policial ser normalizada em todo o país.

Os indígenas, escoltados por centenas de simpatizantes, incluindo ex-funcionários do governo, foram aplaudidos ao passar por alguns bairros de La Paz, embora o fervor tenha sido menor do que na primeira vez em que foram da Amazônia a La Paz em 2011, depois de caminharem por 66 dias.

O prefeito da cidade, Luis Revilla, convocou os moradores a saírem de suas casas para receber os nativos, argumentando que "não somente estão marchando pelo parque Tipnis, (mas) também pela democracia, pelo direito a pensar diferente".

Os índios pedem que Morales desista de um plebiscito sobre a estrada que dividirá em dois o Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis) e que respeite uma lei que ele mesmo promulgou em 2011 para proteger a reserva ecológica de 1,2 milhão de hectares.

No Tipnis, entre os departamentos de Cochabamba e Beni, vivem 14 mil indígenas das etnias trinitaria-moxeña, yuracaré e chimán.

A manifestação paralela em favor de Morales foi convocada pelo governo perante a chegada dos nativos, que partiram da cidade de Trinidad há dois meses, e para condenar o motim dos policiais.

O governo acusou os policiais amotinados e os indígenas do Tipnis de serem parte de um suposto complô golpista apoiado pela oposição de direita e dos Estados Unidos, mas ambos os grupos negaram essa finalidade de forma taxativa.

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