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Marco Aurélio Garcia em foto de arquivo. Assessor da Presidência disse que o governo "lamenta" a violência pós-eleições no Irã | Roosewelt Pinheiro / Agência Brasil
Marco Aurélio Garcia em foto de arquivo. Assessor da Presidência disse que o governo "lamenta" a violência pós-eleições no Irã| Foto: Roosewelt Pinheiro / Agência Brasil

O assessor especial da presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse nesta quarta-feira (24) que o governo "lamenta" a violência pós-eleições no Irã e que torce para que seja feito um acordo rapidamente para trazer a paz.

"Nós, evidentemente, estamos apreensivos como outros governos, sem querer imiscuir-nos na questão interna do Irã, com a perda de vidas, com a situação mais violenta no país. Nós queremos que haja um acordo o mais rápido possível pela paz", afirmou nesta quarta-feira Garcia.

Garcia defendeu ainda a posição externada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva logo após as eleições. Em visita a Genebra, logo após o resultado das eleições, Lula disse que não via motivos para contestações. "Eu não conheço ninguém, a não ser a oposição [iraniana], que tenha discordado da eleição do Irã. Não tem número, não tem prova. Por enquanto, é apenas, sabe, uma coisa entre flamenguistas e vascaínos", afirmou, no último dia 15.

Contudo, após o surgimento de indícios de fraude nas eleições, o mais alto órgão legislativo do Irã, o Conselho dos Guardiães, disse que estaria disposto a recontar 10 por cento dos votos escolhidos aletoriamente. Uma TV estatal iraniana disse que uma recontagem parcial "confirmou" o resultado, mas não ficou claro de imediato se a Press TV estava se referindo a essa recontagem. Os protestos contra a reeleição de Mahmoud Ahmadinejad já deixaram 18 mortos e vários presos e feridos.

O assessor da presidência disse que a posição do presidente naquele momento era muito semelhante à de outros países. Garcia argumentou que a União Europeia, por exemplo, havia reconhecido a vitória de Ahmadinejad.

"Nossa posição à época era a mesma posição dos outros países do mundo. A União Europeia já havia até reconhecido a vitória do presidente do Irã. O comentário do presidente foi banal e deram uma dimensão maior do que a necessária, que depois da eleição os vencedores celebram e os perdedores reclamam", salientou.

Paz

Segundo ele, não cabe ao governo brasileiro fazer juízo sobre as eleições do Irã. Garcia disse que a tradição da política externa brasileira é de não se meter nos assuntos internos de outros países.

"Nós não gostamos de imiscuir-nos em assuntos internos de outros, assim como não gostamos que outros se metam aqui. Já houve uma época que todo mundo vinha dar palpite aqui dentro. Essa época terminou. A época do cachorro vira-lata acabou", afirmou.

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