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A embaixadora Maria Luiza Viotti tornou-se nesta quinta-feira a mais importante mulher da história da diplomacia brasileira. Com a eleição do Brasil, por unanimidade, para uma vaga de membro temporário no Conselho de Segurança, a diplomata passará a representar o País no órgão decisório máximo das Nações Unidas a partir de janeiro.

Horas depois da votação, em seu escritório na missão brasileira em Nova York e em meio a telefonemas de congratulação, Maria Luiza recebeu a Agência Estado para conversar sobre o retorno do País, pela décima vez, ao conselho. Ao lado do Japão, o Brasil é a nação, fora os membros permanentes, que mais tempo esteve presente no órgão, totalizando 18 anos. Poderia ser ainda mais caso, por iniciativa do Itamaraty, não tivesse se ausentado durante 20 anos (1968-1988), por causa do regime militar.

Perguntada sobre como o Brasil poderá usar esta nova oportunidade para alcançar o almejado assento permanente, a embaixadora afirmou que os brasileiros podem "contribuir com soluções criativas para os principais problemas internacionais". Segundo a diplomata, o País deve intensificar ainda mais a sua atuação em ações como as do Haiti e de Guiné-Bissau.

Também nesta quinta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, durante visita às obras do Rio São Francisco, o retorno do País ao Conselho de Segurança da ONU. Ele disse que está otimista quanto a uma reforma no Conselho e nos seus membros permanentes ainda neste ano. A reforma é reivindicada há 15 anos pelo País. "Estou convencido que a reforma está como fruta madura, está passando do ponto, daqui a pouco cai", disse ele, ao considerar que o órgão está superado.

"Se a ONU quiser voltar a ter representatividade, tomar decisões e ter essas decisões executadas, ela tem que ser reformada e colocar outros países", observou o presidente. "A ONU de 1948 não representa a correlação de forças existente no mundo hoje, nem geograficamente, nem politicamente, nem economicamente".

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