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O novo primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, que foi presidente do Banco Central da Europa, deixa o Palácio Quirinale após encontro com o presidente, Roma, 12 de fevereiro
O novo primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, que foi presidente do Banco Central da Europa, deixa o Palácio Quirinale após encontro com o presidente, Roma, 12 de fevereiro| Foto: Filippo MONTEFORTE / AFP

O ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Mario Draghi informou nesta sexta-feira, 12, ao presidente da Itália, Sergio Mattarella, que assegurou o apoio necessário para formar um novo governo no país. Ele afirmou que estava pronto e revelou um gabinete com uma mistura de tecnocratas e políticos de sua ampla coalizão.

Assim, o economista aceitou oficialmente o cargo de primeiro-ministro após ter conquistado o apoio de quase todos os partidos políticos para formar um governo de unidade, que tire o país da emergência econômica e sanitária.

Ele compareceu ao Palácio Quirinal para se reunir com o presidente e assumir o cargo, conforme previsto pela Constituição. Draghi substitui Giuseppe Conte, que teve de renunciar ao cargo após perder o apoio do partido Itália Viva, e deixar de ter maioria parlamentar.

O novo primeiro ministro - que ganhou o apelido de "Super Mario" por seu papel na crise da dívida europeia em 2012 - deverá agora submeter-se ao voto de confiança no Parlamento na próxima semana.

Após uma semana de consultas, quase todos os principais partidos de todo o espectro político prometeram seu apoio a Draghi, e figuras proeminentes desses grupos foram nomeados ministros.

Luigi Di Maio, líder do Movimento 5 Estrelas, permanecerá como ministro das Relações Exteriores, enquanto Giancarlo Giorgetti, uma figura importante da Liga, será ministro da Indústria. Andrea Orlando, do Partido Democrata de centro-esquerda, será ministro do Trabalho.

No entanto, alguns cargos importantes foram para tecnocratas não afiliados, incluindo Daniele Franco, diretor-geral do Banco d'Itália, que foi nomeado ministro da Economia, e Roberto Cingolani, físico e especialista em TI, que recebeu a nova função de ministro da transição verde.

Crise política

A Itália viveu uma delicada crise política em fevereiro, em plena pandemia, com a pior recessão da história recente. Draghi ouviu líderes de todos os partidos nesta semana, assim como representantes de movimentos sociais e de organizações de defesa do meio ambiente, com o objetivo de formar um governo heterogêneo, de unidade e sem colorações políticas.

A Itália se aproxima da marca de 100 mil mortes por Covid-19 e registrou uma das maiores quedas no Produto Interno Bruto (PIB) na zona do euro em 2020, com uma perda de 8,9%. O país é a terceira economia da União Europeia. Para reativar a economia, o país vai contar com um fundo de 200 milhões de euros aprovado pela UE.

Parte significantes desses recursos devem financiar uma reforma da matriz econômica italiana para um modelo que leve em conta o meio ambiente. Draghi já adiantou, de forma indireta, que criará um ministério da Transição Ecológica, uma exigência de setores da sociedade e dos militantes antissistema. A nova pasta terá o objetivo de fomentar uma economia ecológica.

O país acumulou um dívida que, no fim de 2020, representava 158% do PIB italiano. O país espera acelerar a campanha de vacinação contra o coronavírus, afetada por atrasos na distribuição de doses.

Aos 73 anos, Draghi é conhecido por ter um perfil discreto. Católico praticante, é considerado próximo do papa Francisco.

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