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O ex-presidente da Finlândia foi premiado por sua atuação em conflitos internacionais | Marko Djurica/Reuters
O ex-presidente da Finlândia foi premiado por sua atuação em conflitos internacionais| Foto: Marko Djurica/Reuters

Martti Ahtisaari, ex-presidente da Finlândia e mediador da ONU, é o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2008, informou nesta sexta-feira (10) em Oslo, na Noruega, o comitê do prêmio.

O ex-líder finlandês foi premiado "por seus importantes esforços, em vários continentes e durante mais de três décadas, para resolver os conflitos internacionais", disse o presidente do comitê do prêmio, Ole Danbolt Mjoes. "Seus esforços contribuíram para um mundo mais pacífico e para a fraternidade entre as nações, no espírito de Alfred Nobel."

"Naturalmente, estou muito feliz com a decisão", disse Ahtisaari a uma rádio norueguesa.

Ahtisaari presidiu a Finlândia de 1995 a 2000, levando seu país a ingressar na União Européia em 1995. No fim de seu mandato, ele deixou de lado a política nacional para liderar várias instituições e projetos dedicados a promover a paz, a democracia e a resolução de conflitos pelo mundo.

Entre seus principais feitos em uma longa carreira de mediador, estão o acordo de paz de 2005 entre o governo da Indonésia e os rebeldes da província de Aceh, que encerrou mais de 30 anos de conflitos armados. Um porta-voz do presidente da Indonésia,Susilo Bambang Yudhoyono, saudou a premiação.

Ahtisaari começou sua carreira na diplomacia internacional no âmbito da União Européia, quando convenceu o então presidente iugoslavo Slobodan Milosevic a aceitar as condições da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para encerrar os ataques aéreos ao Kosovo em 1999.

Até março de 2007, Ahtisaari mediou as conversações entre sérvios e albaneses no Kosovo como enviado especial das Nações Unidas.

Ele esboçou um plano que previa a independência da região, sob supervisão da União Européia, com ampla autonomia para a minoria sérvia. Mas o Kosovo declarou unilateralmente a sua independência da Sérvia em fevereiro de 2008.

A atuação no Kosovo, apesar de interpretada por alguns como um fracasso diplomático, levou Ahtisaari a ser nomeado para o Nobel. Em 2006, ele foi novamente citado como favorito ao prêmio após as bem-sucedidas negociações na Indonésia. Agora, em 2008, não era citado nas principais listas de favoritos.

O ex-líder finlandês também teve destaque no cenário internacional quando agiu pelas Nações Unidas nas negociações da independência da Namíbia, que estava sob controle da África do Sul até 1990.

Ele serviu também como inspetor independente de armas na Irlanda do Norte em 2000 e 2001 e, em 2000, foi um dos três "sábios" escolhidos para fiscalizar o compromisso do governo da Áustria em promover os direitos humanos e combater o racismo no país.

Desde então, ele também foi o enviado especial da ONU para a crise humanitária na região do Chifre da África e, em 2002, liderou uma equipe que foi investigar os ataques de três semanas de Israel a Jenin, na Cisjordânia.

Escolhido entre 197 candidatos, Ahtisaari, de 71 anos, vai receber um prêmio de 10 milhões de coroas suecas, o equivalente a US$ 1,4 milhão, e uma medalha. As honrarias vão ser entregues em Oslo, em 10 de dezembro, data de aniversário da morte de Alfred Nobel, inventor da dinamite e fundador do prêmio em 1895.

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