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Familiar de vítima acende velas durante vigília nas proximidades do local onde atirador matou 12 pessoas, em Aurora | Jeremy Papasso/ Reuters
Familiar de vítima acende velas durante vigília nas proximidades do local onde atirador matou 12 pessoas, em Aurora| Foto: Jeremy Papasso/ Reuters

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Familiares de vítimas e moradores fazem vigília em Aurora

Folhapress

Familiares das vítimas e centenas de moradores fizeram uma vigília na madrugada deste sábado no shopping onde fica o cinema em que ocorreu a chacina que deixou 12 mortos e 59 feridos, em Aurora, no estado do Colorado, nos Estados Unidos.

A ação ocorreu na sessão de estreia do filme Batman – O cavaleiro das trevas ressurge, quando um atirador abriu fogo contra os espectadores do filme. O principal suspeito, o estudante de neurociência James Holmes, 24 anos, foi detido e deverá ser apresentado em um tribunal de Centennial, no Colorado, segunda-feira.

Os moradores deixaram flores, velas e cartas em sinal de luto pelos mortos na ação. Uma das cartas dizia: "Para nossas almas inocentes. Isso é para vocês, nós nunca vamos esquecer".

"Armas legais"

No fim da tarde de sexta-feira, a polícia de Aurora confirmou que as armas e a munição usada pelo atirador foram compradas legalmente.

O chefe de polícia da cidade, Dan Oates, confirmou que as quatro armas – um fuzil AR-15, uma escopeta calibre 12 e duas pistolas calibre 40 – foram compradas em lojas de armas da região de Denver, onde fica Aurora, nos últimos dois meses. O atirador também adquiriu 6 mil balas de munição.

O ataque armado durante uma sessão de cinema em Aurora, região de Denver, que resultou na morte de 12 pessoas na sexta-feira, recoloca o Colorado no centro dos debates sobre o controle de armas de fogo nos Estados Unidos. Em 1999, um tiroteio em uma escola de Columbine, a menos de meia hora do local do massacre desta semana, deixou 15 mortos.

O Colorado é um histórico apoiador dos direitos da Segunda Emenda [que, na Constituição dos EUA, concede o direito ao porte de armas]. Mas, nos anos que se seguiram após a tragédia de Columbine, os legisladores e eleitores do estado sancionaram algumas restrições para a venda de armas de fogo.

Ainda assim, James Hol­­mes, 24 anos, um ex-aluno de neurociência autor dos­­ disparos de sexta-feira, durante a pré-estreia do filme Batman – O Cavaleiro das Trevas Res­­surge, se armou com um fuzil automático, uma­­ espingarda e uma pis­­to­­la.

Todo esse arsenal é composto de armas que ele poderia possuir legalmente. "Ba­­sicamente, ele tinha armas normais", disse Eugene Volokh, especialista em direito constitucional da Uni­­versidade da Califórnia, em Los Angeles.

Apesar das mudanças que vêm ocorrendo ao longo dos últimos 13 anos, as leis de Colorado ainda proíbem governos locais de restringir o direito ao porte de armas de fogo. Além disso, organizações a favor do porte de armas têm obtido sucesso em enfrentar outros esforços a favor das restrições ao acesso às armas. Os moradores do Colorado têm permissão para portarem armas em veículos, carregadas ou não, contanto que as intenções de uso sejam legítimas, como proteção pessoal e de propriedade.

Nos EUA é necessário ter­­ uma licença para o porte­­ oculto de armas, mas o Colo­­rado está entre os estados onde essa licença pode ser obtida com relativa facilidade, segundo Heather Morton, da Conferência Nacional de Legislatura Estadual.

Outros estados têm leis mais rígidas, concedendo às autoridades locais, como o xerife ou o departamento de segurança pública, o direito de negar a emissão das licenças.

Obter uma licença de por­­te oculto em Denver é al­­go relativamente direto, se­­gundo os materiais dispo­­nibilizados online pelo De­­partamento de Polícia de Den­­ver. Formulários informativos e de inscrição podem ser preenchidos online; o processo todo custa US$ 152,50 e pode ser pago por cheque visado ou vale postal

O último tiroteio abriu um debate em todo o país para tornar mais rígidas as leis de porte de armas. A Campanha Brady para Prevenção de Vio­­lência Armada fez uma declaração culpando a legislação frouxa pela tragédia: "O tiroteio horrendo em Aurora, Colorado, é outra lembrança trágica de que temos um problema nacional de disponibilidade fácil de armas no país".

Mas nem todos acreditam que o massacre de Aurora pos­­sa alterar as restrições ao­­ porte de arma no país. Da­­vid Kopel, professor adjun­­to da escola de direito da Universidade de Denver e diretor de pesquisa do Instituto Independence, uma organização libertária do Colorado, diz que a violência armada não parece que vá interferir nas restrições nacionais sobre os direitos de porte de armas.

Tradução: Adriano Scandolara.

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