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Garoto em desespero é confortado pela mãe após ação de atirador que matou 26 pessoas em escola da pequena cidade de Newtown, em Connecticut | Lucas Jackson/Reuters
Garoto em desespero é confortado pela mãe após ação de atirador que matou 26 pessoas em escola da pequena cidade de Newtown, em Connecticut| Foto: Lucas Jackson/Reuters

Violência

Aumentam os casos de atiradores nos Estados Unidos. Veja os principais crimes nos últimos seis anos:

2012

• 27 de setembro – Pelo menos seis pessoas morreram, além do atirador, e outras duas ficaram feridas em um tiroteio registrado em uma quinta-feira em Mineápolis (Minnesota, EUA), informou a imprensa local. Um homem armado entrou no escritório de uma empresa e abriu fogo contra vários funcionários antes de se suicidar.

• 5 de agosto – Um atirador entrou em um templo sikh (religião monoteísta indiana) nas cercanias de Milwaukee, no Estado americano de Wisconsin, e matou seis fiéis antes de se suicidar. O ataque foi feito na manhã de um domingo, durante uma cerimônia religiosa.

• 20 de julho – O ex-estudante James Holmes, 24 anos, entrou armado em um cinema de Aurora, subúrbio da cidade de Denver (Colorado), e disparou contra a plateia, matando 12 pessoas e ferindo outras 58 durante a pré-estreia do filme Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge.

• 2 de abril – Um coreano de 43 anos matou sete pessoas na Universidade Religiosa de Oikos (Califórnia), antes de se entregar à polícia. O atirador assassinou metodicamente suas vítimas depois de alinhá-las contra um muro.

• 2011

7 de agosto – Um homem matou sete pessoas, incluindo um menino de 11 anos, antes de ser morto pela polícia em laCopley Township, no nordeste do Estado de Ohio.

12 de outubro – No balneário de Seal Beach, na Califórnia, um homem, que tinha problemas com a ex-esposa pela custódia do filho, abriu fogo no salão de cabeleireiros onde ela trabalhava, deixando oito mortos.

• 2010

3 de agosto – Um homem que tinha problemas com seus empregadores matou oito colegas em uma empresa de distribuição de cerveja em Connecticut, antes de suicidar-se.

• 2009

3 de abril – O vietnamita Jiverly Voong, 42 anos, disparou 98 vezes em aproximadamente um minuto em ataque no prédio da organização de atendimento aos imigrantes em que estudava inglês, na cidade de Binghamton, em Nova York. No ataque, 13 pessoas foram mortas além do próprio atirador, que se suicidou ao final da ação, com um tiro na cabeça. entre as vítimas, está um professor brasileiro.

• 2007

16 de abril – Armado, o jovem Seung-Hui Cho matou 32 pessoas e feriu 15 na Virginia Tech University. Foi a maior chacina em uma universidade americana.

Governo

Na tevê, Obama chora e promete "ação" para impedir novas tragédias

Confira a matéria completa

Na pior tragédia em escolas de ensino fundamental dos EUA, um atirador de 20 anos, Adam Lanza, matou ontem 20 crianças, de cinco a dez anos de idade, e 6 adultos na pequena Newtown, cidade de 27 mil habitantes do estado de Connecticut, a cerca de 130 km de Nova York.

O acusado pelo massacre, Adam Lanza, 20 anos, era filho de Nancy Lanza, professora que trabalhava no local.

Por volta das 9h30 de ontem (12h30 no Brasil), Lanza entrou armado em uma sala de aula e matou a mãe e as crianças. Continuou atirando até vitimar mais cinco adultos – incluindo a diretora, Dawn Hochsprung – antes de se suicidar. Toda a ação, disse a polícia, ocorreu em duas salas da escola. Até ontem à noite não havia explicação para o crime.

A polícia diz que outro corpo, achado fora da escola, está ligado à chacina – a informação de que seria o pai do atirador, divulgada pela agência AFP, não foi confirmada.

Policiais informaram ainda que um irmão de Lanza, Ryan, havia sido detido para interrogatório sobre o caso.

Ele foi inicialmente identificado como o autor. Um perfil no Facebook com nome igual ao dele foi divulgado por redes de tevê e acabou sendo alvo de ataques de internautas, antes que a confusão fosse desfeita.

É o pior massacre numa escola primária no país e um dos piores em instituições de ensino americanas – o maior número de vítimas foi na universidade Virginia Tech, em 2007, quando o estudante Seung Hui-Cho matou 32 pessoas antes de se suicidar.

A matança, mais uma envolvendo atiradores nos EUA neste ano, reavivou a discussão sobre controle de armas.

Em julho, um ex-estudante disparou contra a plateia num cinema no Colorado, deixando 12 mortos. Emocionado, o presidente Barack Obama prometeu ações para evitar novos casos, sem detalhar.

Brasil

Informações preliminares apuradas pelo Consulado do Brasil em Hartford, Connecticut, indicavam de que não havia brasileiros entre as vítimas do massacre na Escola de Ensino Médio Sandy Hook.

"Mas estamos cautelosos, aguardando a lista de nomes", disse o cônsul-geral adjunto Nestor Foster.

Connecticut, vizinho de Nova York e Massachusetts, é um estado com uma das maiores populações de imigrantes brasileiros nos EUA.

Segundo Foster, há brasileiros que vivem na cidade onde fica a escola, Newtown, e o consulado está em contato com lideranças comunitárias e autoridades locais para prestar assistência aos imigrantes, se necessário.

Em caso de emergências graves, os cidadãos brasileiros no Estado podem entrar em contrato pelo plantão de emergências do consulado em Hartford. O número é 00/xx/1/860/471-0791.

VítimasCrianças narram momentos de horror

Algumas das crianças que estavam dentro da escola Sandy Hook, em Newtown, no estado de Connecticut, comentaram sobre o tiroteio que deixou pelo menos 27 mortos hoje, sendo pelo menos 14 alunos.

Um menino de 8 anos disse à emissora de televisão WCBS que seguia para a secretaria da escola quando viu o atirador. "Eu vi alguma das balas entrando no prédio e depois a professora me puxou para dentro da sala de aula", disse.

Outro aluno disse à afiliada da NBC na cidade que estava na aula de educação física quando aconteceu o tiroteio. "Eu escutei sete explosões fortes e todos nós começamos a chorar. Foi quando os professores disseram para a gente ir à secretaria onde ninguém poderia nos encontrar."

O irmão de uma menina que estava na escola disse que a polícia pediu aos alunos que não fechassem os olhos e segurassem as mãos uns dos outros para sair da escola após o tiroteio.

"Ela chorava e as coisas que ela me disse são absurdas. Minha irmã comentou sobre tiros, gritos, é horrível. É repugnante. Não imaginava que esse tipo de coisa pudesse acontecer aqui."

Em entrevista ao canal CBS, Stephen Delgiadice, pai de uma menina de 8 anos, disse que sua filha ouviu duas explosões e os professores pediram que ela ficasse em um canto. "É preocupante, especialmente nesta cidade, que sempre imaginamos ser o lugar mais seguro dos Estados Unidos."

"Newtown é uma cidade calma. Eu nunca esperava que isso fosse acontecer aqui. É muito assustador. Nossas crianças não estão a salvo aqui", disse Lisa Bailey, mãe de três filhos.

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