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Uma equipe de cientistas dos Estados Unidos encontrou a primeira prova da existência da chamada "matéria negra", substância pouco conhecida com grande influência sobre a gravidade, disse o chefe da pesquisa nesta terça-feira.

Os cientistas ainda não sabem exatamente o que é a matéria negra, mas inferem a sua existência como explicação para a quantidade de gravidade necessária para manter o universo unido.

Eles estimam que a matéria negra represente entre 80% e 90% de todo o universo. A matéria mais comum, que podemos ver e tocar, compõe o resto. Agora, pesquisadores liderados pelo astrônomo Doug Clowe, da Universidade do Arizona, dizem ter provas para sustentar suas teorias.

Usando telescópios orbitais, os cientistas viram duas gigantes nuvens de gás se chocarem ao longo de cem horas. Enquanto isso acontecia, as partículas visíveis do gás diminuíam de velocidade, ficando para trás das partículas invisíveis de matéria negra.

Os pesquisadores conseguiram detectar a matéria negra por meio da atração gravitacional que ela exerceu sobre as partículas visíveis atrás dela.

- É a primeira vez que conseguimos demonstrar que (a matéria negra) está por aí, que é impossível não admiti-la - explicou Clowe à Reuters. - Na verdade não conseguimos ver as partículas de matéria negra em si, mas o que conseguimos foi uma imagem da gravidade que elas estão gerando.

Alguns céticos argumentam contra a existência da matéria negra - acham que o erro está em imaginar que a gravidade atua da mesma forma jogando um prato no chão ou influenciando o percurso das estrelas.

Para esses adversários da matéria negra, faria mais sentido revisar as leis da gravidade em escala interestelar para melhor explicar a estrutura do universo.

A nova pesquisa, a ser divulgada na publicação The Astrophysical Journal Letters, teve participação também de cientistas do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica em Cambridge (Massachusetts) e usou telescópios da Nasa.

Rachel Bean, especialista em matéria negra da Universidade Cornell, que não participou do estudo, considerou os resultados convincentes.

- É certamente a prova mais forte que já vimos até agora que realmente resolve o problema da matéria negra - afirmou.

Na opinião dela, a conclusão pode incentivar os cientistas a se dedicarem a descobrir o que é a matéria negra, ao invés de reverem as leis da gravidade.

- É muito difícil explicar essas observações com qualquer coisa que não a teoria das partículas - disse Bean. - A perplexidade sobre a matéria negra de certa forma é ajudada por essas observações, porque ajudam a ir contra os teóricos que tentam examinar a física das partículas, em vez da gravidade.

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