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A Mauritânia extraditou o antigo chefe de espionagem do ex-líder líbio Muamar Kadafi, Abdullah al-Senussi, para a Líbia nesta quarta-feira, informaram uma fonte do governo e a agência estatal de notícias do país, após meses de discussões sobre qual país iria julgá-lo.

Senussi, que estava entre os mais temidos membros do regime de Kadafi - que foi derrubado por rebeldes no ano passado -, foi capturado em março no país do oeste africano, provocando um disputa entre a Líbia, a França e o Tribunal Penal Internacional para a sua extradição.

Um porta-voz do Tribunal Penal Internacional, organização que queria julgá-lo por acusações de crimes contra a humanidade, incluindo assassinato e perseguição, disse que não tinha recebido nenhuma informação sobre a entrega de Senussi às autoridades líbias em Trípoli.

"Ele foi extraditado para a Líbia com base em garantias dadas pelas autoridades líbias", disse uma fonte governamental da Mauritânia, sem especificar que tipo de garantias foram dadas.

Uma delegação de alto nível da Líbia foi à Mauritânia na terça-feira, onde realizou reuniões com autoridades locais, disse a fonte. Não ficou claro se havia uma decisão judicial autorizando a extradição.

Em Trípoli, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores líbio, Saad al-Shelmani, disse que não poderia confirmar que a extradição de Senussi havia ocorrido, mas recebeu bem a notícia.

"Estamos pedindo por esta medida há muito tempo e vai ser muito bem-vinda, se for verdade", disse.

Senussi foi detido há seis meses depois de chegar com um passaporte falso de Mali em um voo do Marrocos para a capital da Mauritânia, Nouakchott.

O plano original da Mauritânia era colocá-lo em julgamento por entrada ilegal, uma estratégia que ameaçava atrasar os esforços para fazê-lo enfrentar a justiça internacional.

Em seu mandado de prisão a Senussi, o TPI de Haia disse que o chefe da espionagem usou de sua posição de comando para realizar ataques contra adversários de Kadafi, que foi caçado e morto por rebeldes depois de sua deposição em agosto do ano passado.

A França quer julgá-lo por sua conexão com um bombardeio aéreo sobre o Níger, em 1989, em que 54 cidadãos franceses morreram.

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