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Bordeaux – Uma equipe de médicos franceses planeja fazer uma operação cirúrgica em ambiente de ausência de gravidade, uma proeza que abre novas perspectivas para cirurgias tanto em vôos espaciais quanto na Terra. Durante um vôo de três horas a bordo de um avião capaz de recriar as condições de um ambiente sem gravidade, o professor Dominique Martin, chefe do serviço de cirurgia plástica do hospital universitário de Bordeaux, no sudoeste da França, deve operar na semana que vem um paciente voluntário que tem um cisto sebáceo no antebraço.

Para o professor e sua equipe, o aumento da presença humana no espaço, nos últimos anos, exige que a medicina esteja preparada para situações de emergência, daí a importância dessa cirurgia pioneira.

Presos por grades de contenção e tiras de pano ao chão da aeronave, a equipe médica será composta por três cirurgiões e dois anestesistas, além de militares, detalhou ontem Martin durante uma entrevista coletiva.

Os instrumentos cirúrgicos, menores do que os de uma sala de operação comum, deverão ficar sobre potentes ímãs instalados ao lado do paciente. Os instrumentos, assim como o material para anestesia e ressuscitação foram desenvolvimentos pela empresa Ascensud, especialista em elevadores. "Desde fevereiro, fizemos repetições desta operação em terra e num avião. Para nós, tudo está preparado", assegurou o cirurgião.

Cobaia

Esse projeto único começou em outubro de 2003 quando Martin e seu colega anestesista, Laurent de Coninck, realizaram uma microcirurgia em condições espaciais numa artéria de 0,5 milímetro na cauda de um rato, uma intervenção que exigiu gestos de extrema precisão. Estava aberto o caminho para uma intervenção em seres humanos. "Mas um transplante renal ou cardíaco não é possível. As intervenções serão limitadas à traumatologia".

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