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Médicos estão planejando realizar o primeiro transplante de útero nos Estados Unidos, informou na edição desta segunda-feira o jornal "Washington Post". Uma equipe do Hospital do Centro de Nova York já começou a selecionar mulheres que ficaram estéreis por causa de problemas no útero e que desejam ter um filho.

Em 2002, médicos sauditas realizaram o primeiro transplante de útero em uma mulher, mas não tiveram sucesso. Após 99 dias, o órgão teve de ser retirado devido a coágulos sangüíneos.

Ainda de acordo com a reportagem, o médico Giuseppe Del Priore e sua equipe acreditam que podem evitar as complicações que aconteceram com a paciente saudita, transplantando artérias maiores com o útero. Eles testaram a cirurgia em ratos, porcos, coelhos e macacos.

- Achamos que podemos ajudar muitas mulheres a realizarem seu desejo básico - disse Del Priore ao "Post".

De acordo com a técnica que a equipe desenvolveu, os médicos devem esperar cerca de três meses após o transplante para ter certeza de que o útero está funcionando e que foi estabilizado com drogas anti-rejeição. Depois deste período, um embrião gerado por fertilização in vitro seria colocado no útero. O bebê nasceria por cesariana para reduzir os riscos do trabalho de parto e também para possibilitar que os médicos retirem o útero após o nascimento - assim, a mãe poderia parar de tomar drogas contra rejeição do órgão transplantado.

No entanto, o transplante de útero, que poderia ser realizado ainda este ano, tem sido alvo de críticas nos Estados Unidos. Especialistas em transplante e em tratamentos de fertilidade questionam se o procedimento já foi testado o suficiente em animais e se os riscos para a mulher e o feto ultrapassam o benefício de ter uma gestação. Muitos lembram que, ao contrário de outros tipos de transplante, este não é necessário para a sobrevivência da paciente e que a mulher tem outras opções, como a adotar uma criança ou ter um filho gerado numa barriga de aluguel.

Segundo Del Priore, compreender os riscos do transplante e ter considerado seriamente outras alternativas são alguns dos critérios que estão sendo usados para selecionar as mulheres que querem ser submetidas à cirurgia.

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