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Londres – Cerca de 2 milhões de recém-nascidos morrem todos os anos nos países em desenvolvimento porque não são adotadas medidas simples como imunizá-los contra o tétano ou dar à luz com a ajuda de uma parteira experiente, afirmou ontem o grupo Save the Children. Em um relatório intitulado "A Situação das Mães do Mundo em 2006", a entidade de ajuda humanitária disse que mais de 10 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade morrem todos os anos no mundo em desenvolvimento e, dessas, uma de cada cinco morre nas primeiras 24 horas de vida.

"As primeiras horas, os primeiros dias e as primeiras semanas são cruciais na vida de um bebê. Mas, mesmo assim, apenas uma pequena minoria das crianças nos países pobres recebe o atendimento médico adequado durante esse período de muita vulnerabilidade", disse Jasmine Whitbread, executiva chefe do Save the Children.

"As medidas mais simples na área de saúde podem significar a diferença entre a vida e a morte". Segundo o relatório, a maior parte das mortes de recém-nascidos resulta de problemas evitáveis ou tratáveis como infecções, complicações no parto ou falta de peso ao nascer. "Técnicas simples e baratas, tais como imunizar as mulheres contra o tétano ou providenciar uma parteira experiente, poderiam reduzir o número de mortes em 70%", afirmou.

O documento diz ainda que as mortes de recém-nascidos são tão comuns em muitas partes do mundo em desenvolvimento que os pais só batizam seus filhos quando eles estão com algo entre uma semana e três meses de vida. O Save the Children publicou também em 2006 uma atualização do "Índice Maternal", com os melhores e os piores países do mundo para alguém ser mãe ou nascer. Pelo sétimo ano consecutivo, os países escandinavos dominaram o topo da lista (a Suécia conquistou a liderança). Os EUA e a Grã-Bretanha aparecem juntos, dividindo o décimo lugar. O Brasil ficou em 52.º lugar na lista, enquanto Níger ficou na última colocação.

O grupo humanitário descreveu o grande número de mortes entre os recém-nascidos como "um dos problemas de saúde mais negligenciados do mundo" e pediu aos governos de toda a comunidade internacional que aumentem as pressões políticas e a ajuda financeira a fim de evitar mais mortes.

O Save the Children pediu mais investimentos para dar às mulheres jovens de países pobres um acesso melhor à educação, à nutrição e aos contraceptivos. O grupo também defendeu um uso mais disseminado de técnicas de imunização contra o tétano, a presença de parteiras experientes no momento do nascimento das crianças e mais instruções sobre o aleitamento materno.

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