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Imigração

Medo da polícia afasta ilegais paraguaios da anistia brasileira

O temor de se aproximar das autoridades impediu a maior parte dos paraguaios irregulares no Paraná de fazer uso da anistia concedida pelo governo brasileiro a estrangeiros ilegais. Desde julho, quando a Lei 11.961 entrou em vigor, só 13% dos 1.500 paraguaios que vivem ilegalmente no estado, de acordo com estimativas, procurou os consulados do Para­­guai no Paraná. São só 200 pessoas.

"Existe muito medo de ser de­­latado à polícia, expulso, preso", diz o ministro de embaixada pa­­raguaia em Brasília, Didier Cesar Olmedo.

A falta de documentos é outro problema. Para obter a regularização, que dá direito a dois anos de residência, é necessário levar a um consulado o documento de identidade e a certidão de nascimento ou nacionalidade, para en­­tão obter uma certidão que de­­ve ser levada à Polícia Federal.

Como muitos não têm mais os documentos paraguaios, as autoridades daquele país correm contra o tempo para regularizar o má­­ximo de compatriotas até o fim do ano, quando acaba o prazo da anistia aos estrangeiros. O Ministério da Justiça não cogita prorrogá-lo.

Força-tarefa

Primeiro, o Paraguai enviou agentes de sua Polícia Nacional à cidade de São Paulo – onde, estima-se, estão 7,5 mil irregulares, dos quais 2,6 mil aproveitaram a anistia – para um mutirão de emissões de documento de identidade.

Isso porque, se o imigrante sair do país, perde o direito à anistia, destinada apenas àqueles que chegaram ao Brasil antes de 1.º de fevereiro deste ano.

"Vamos tentar que eles (policiais) sejam enviados também a Curitiba e Campo Grande", diz a cônsul-geral na capital paranaense, Lourdes Bogado.

Em reunião na semana passada, em São Paulo, dez cônsules (incluindo os lotados em Curitiba, Paranaguá, Foz do Iguaçu e Guaí­­ra) foram orientados sobre como auxiliar paraguaios facilitando o trâmite de documentos no próprio Paraguai. O alto custo para obter documentos é mais uma dificuldade no processo de regularização.

"Temos de divulgar mais a oportunidade. Os cônsules têm que ir às localidades, bairros onde se imagina que os paraguaios (ir­­regulares) estejam", diz Olme­­do.

Essa instrução, passada aos cônsules na reunião de São Paulo, ainda não está sendo seguida, de acordo com os cônsules de Curi­­tiba e Foz do Iguaçu.

Um grande grupo de paraguaios estaria em Ponta Grossa e Cascavel, onde não há consulado. "Se uma associação de moradores ou liderança nos solicitar, temos a possibilidade de ir até lá", diz Lourdes Bogado.

Outro problema encontra-se na fronteira: paraguaios que residem no Brasil mas não possuem carimbo de entrada, devido ao grande fluxo de pessoas que en­­tram e saem do país. "Esse é um requisito fundamental (para a anistia), mas na fronteira as pessoas estão acostumadas a não fazer o carimbo", diz o cônsul de Foz do Iguaçu, Elígio Cabral.

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Serviço

O consulado-geral do Paraguai em Curitiba atende de segunda a sexta das 9 às 13 h e das 14 às 17 h. Até o fim do ano, também aos sábados, das 9 às 12 h. Fone (41) 3222-9226.

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