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No principal aeroporto de Tóquio, grupo de chineses aguarda o embarque para voltar ao país natal. Voos internacionais estão lotados | Issei Kato/Reuters
No principal aeroporto de Tóquio, grupo de chineses aguarda o embarque para voltar ao país natal. Voos internacionais estão lotados| Foto: Issei Kato/Reuters

Tragédia deixa Tóquio com ares de cidade fantasma

Tóquio - Regiões em geral bastante mo­­vimentadas em Tóquio, com funcionários de escritórios lotando os restaurantes, estão quietas. Muitas escolas permanecem fe­­chadas. As empresas autorizaram os trabalhadores a ficarem em casa. Longas filas se formam nos aeroportos. Enquanto as autoridades japonesas se esforçam para evitar um desastre no complexo nuclear situado 240 quilômetros ao norte da capital, partes de Tóquio parecem uma cidade fantasma.

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Brasil

Consulado dará plantão extra e tentará resgatar 14 brasileiros

São Paulo - O Consulado do Brasil em Tóquio, no Japão, fará uma jornada excepcional no amanhã e na segunda-feira, somente para a emissão e renovação de passaportes e o registro de nascimento de crianças brasileiras no país.

O esforço visa a compensar o aumento na procura dos documentos por parte dos brasileiros que querem sair do país em meio à crise nuclear e aos danos causados pelo terremoto e tsunami de sexta-feira passada.

O consulado alertou ainda que, "devido ao regime emergencial para emissão de passaportes, os demais serviços consulares não serão realizados no sábado e na segunda-feira". A partir de terça-feira, o atendimento será normalizado.

O consulado informou ainda que a segunda missão de busca aos cidadãos brasileiros na província de Miyagi deve ocorrer na manhã de amanhã (noite de sexta-feira em Brasília), passando pelas cidades de Sendai e Onagawa.

Segundo os diplomatas, 14 brasileiros ainda estão nestas áreas e querem ajuda para retornar. Em Sendai, o ônibus deve parar em dois pontos de encontro.

Folhapress

  • Veja no infográfico quais são as zonas de evacuação

Diante do risco de um acidente nuclear de grandes proporções no Japão, muitas embaixadas recomendaram ontem a seus cidadãos que se afastem da região de Tóquio e sigam para o sul, na área de Osaka, distante cerca de 500 quilômetros da danificada usina de Fukushima. Outras embaixadas, no entanto, têm sido mais incisivas: o alerta é para que seus cidadãos deixem o país imediatamente. Reino Unido, Alemanha, Suíça, Itália e Austrália estão entre os que aconselharam seus cidadãos a deixar o norte e a região de Tóquio. De outro lado, França, Bélgica e Rússia enviarão aviões para retirar as pessoas que desejam deixar o Japão.

Entre os chineses, o ordem é voltar para casa. Ontem cedo, as filas em frente à embaixada em Tóquio eram gigantescas, dobrando quarteirões. A China foi o primeiro país a determinar a evacuação em massa do Japão, e a ordem ajudou a espalhar o pânico entre países asiáticos.

EUA

Um primeiro avião transportando cerca de cem pessoas começou a retirar norte-americanos do Japão, levando-os a Taiwan, anun­­ciou ontem o De­­par­­ta­­mento de Estado. Outros voos partirão hoje.

Os Estados Unidos advertiram ainda seus cidadãos a evitar via­­gens a qualquer parte do país, já que as condições dos ven­­­tos aumentam os riscos de espalhar a contaminação radioativa. A advertência se estende a todos os cidadãos que já estão no país e os encoraja a deixar o Japão. A saída autorizada oferece retirada voluntária a familiares e dependentes de integrantes das missões diplomáticas dos EUA em Tóquio, Yokohama e Nagoya e afeta cerca de 600 pessoas.

Também ontem, a embaixada americana estabeleceu uma zona de risco de 80 quilômetros ao redor da central nuclear. Autoridades japonesas fixaram um perímetro de segurança de 30 quilômetros, e o governo afirmou que as radiações além da zona de exclusão de 20 quilômetros "não representam perigo imediato para a saúde". Por precaução, 10 mil pessoas do município de Fukushima serão submetidas a testes de radioatividade em 26 centros médicos.

Preocupação

O presidente Barack Obama conversou ontem por telefone com o primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, para discutir os esforços do Japão e sobre a crise nuclear no complexo de Fuku­­shima Daiichi.

Em Pequim, a preocupação foi com um eventual avanço de nuvem radioativa a seu território. Ontem, o governo pediu às autoridades japonesas informações "pontuais e precisas" para acalmar a opinião pública preocupada com a eventual chegada ao país de emissões radioativas.

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