• Carregando...

Há pouca probabilidade de haver acordos de paz tão ce­­do. Na verdade, as tensões pa­­recem aumentar, em parte porque as alegações de cada lado correspondem a meias-verdades

Nos últimos anos, a co­­munidade internacional tem feito uma exigência a Israel e aos pa­­lestinos a fim de criar condições para uma solução de dois Estados: Israel tem que parar de construir assentamentos nas terras que os palestinos querem co­­mo seu Estado, e os palestinos precisam desarticular redes terroristas e acabar com os ataques violentos contra os israelenses.

Recentemente, um observador casual poderia ter concluído que cada lado tinha cumprido com suas obrigações e que as negociações de paz progrediriam. Israel anunciou um "congelamento" de dez meses nos assentamentos; quanto aos pa­­lestinos, os ataques violentos contra os israelenses basicamente terminaram. Como oficiais palestinos gostam de apontar, forças de segurança treinadas da Palestina têm mantido a ordem nas cidades da Cisjordânia há mais de um ano.

No entanto, esse observador casual provavelmente estaria enganado. Há pouca probabilidade de haver acordos de paz tão cedo. Na verdade, as tensões pa­­recem aumentar, em parte porque as alegações de cada la­­do correspondem a meias-verdades.

O congelamento de dez meses nos assentamentos exclui mais de 2,5 mil unidades habitacionais que estão sendo construídas ou foram recentemente autorizadas.

A moratória permite um número limitado de escolas, si­­nagogas e centros comunitários, o tipo de "crescimento natural" proibido pelo inerte "caminho para a paz" de 2003, aceito pelos Estados Unidos, União Europeia, Nações Unidas e Rússia.

Nunca

Embora isso represente uma concessão política dolorosa por parte do governo israelense e esteja causando problemas in­­ternos, nunca haverá um mo­­mento, não nos próximos meses, em que a construção nos assentamentos na Cisjordânia seja interrompida.

Além disso, as construções pelos israelenses no leste de Je­­rusalém, que os palestinos querem como sua capital, não serão afetadas.

Quanto à alegação dos palestinos de terem acabado com a violência com sucesso, o exército israelense discorda.

Sim, dizem os oficiais, as forças palestinas estão mais bem treinadas do que antes. Sim, elas têm trabalhado com seriedade em suas novas funções. Porém, sem as incursões noturnas por parte dos israelenses em cidades palestinas, a violência nunca poderia ter acabado.

Hamas

Mesmo que a Autoridade Pales­tina recebesse crédito total pela acentuada redução da violência na Cisjordânia, há ainda Gaza. O local é dominado pelos islamitas do Hamas, que continuam dedicados à destruição de Israel. Co­­mo oficiais da Autoridade Pales­­tina não ousam pôr os pés ali, é difícil crer em suas alegações de terem desarticulado redes terroristas.

No entanto, cada lado dessa disputa parou de ouvir as reclamações e as acusações do outro. Muitos israelenses agora acreditam veementemente que os pa­­lestinos não levam a sério a ideia dos dois Estados; os palestinos sentem o mesmo em relação aos israelenses.

Como resultado, tanto um quanto o outro está apelando para um público estrangeiro, na esperança de fazer pressão sobre o adversário.

Agora, a probabilidade de qualquer lado parecer conciliatório ou de retomada das negociações de paz parece pequena.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]