Um menino de cinco anos morreu após ser estuprado em grupo por vários jovens na província de Herat, no oeste do Afeganistão, informou nesta segunda-feira (14) uma fonte oficial.
A violação aconteceu no domingo (13) em Herat, capital da província homônima, afirmou o porta-voz do governador regional, Abdul Raouf Ahmadi, quem explicou que o menor morreu horas depois do ataque em um hospital da cidade devido à gravidade dos ferimentos.
Ahmadi disse, além disso, ao canal afegão "Tolo Tv" que haviam sido detidos dois suspeitos e que a polícia estava investigando o fato.
A família da vítima reivindicou justiça e que os culpados do estupro e o assassinato sejam condenados o mais rápido possível.
Mas demonstrar uma violação no Afeganistão não é simples e sob o código penal afegão um menor de quem abusaram sexualmente pode ser condenado à reclusão em um reformatório por ter cometido o crime de praticar sexo fora do casamento.
A organização americana Human Rights Watch (HRW) denunciou em um relatório a situação de desamparo em que vivem esses menores estuprados, pois são tratados como sujeitos que cometeram um "crime moral" e não como vítimas.
A HRW também lembrou a prática estendida tradicionalmente no país do "bacha bazi", em que meninos são obrigados a se vestir como mulheres e dançar em festas masculinas, o que os leva muitas vezes a sofrerem abusos sexuais com total impunidade.
A Comissão Independente de Direitos Humanos do Afeganistão (AIHRC) também denunciou que em algumas regiões do país asiático os senhores da guerra "concorrem entre si" para ver quem "abusa sexualmente" de mais crianças.
Segundo relatório divulgado pela AIHRC, o rapto e o estupro de crianças acontece sobretudo em regiões do norte do Afeganistão.
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