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O Papa Bento XVI disse sem sua mensagem de Natal nesta segunda-feira que a humanidade, que chegou a outros planetas e cultua a tecnologia, não pode viver sem Deus, nem dar as costas para a fome.

É vergonhoso que "nesta era de consumismo desenfreado'' muitos continuam surdos ao "choro que rompe corações'' daqueles que morrem de fome, sede, doenças, pobreza, guerra e terrorismo.

Em sua mensagem "Urbi et Orbi" (para a cidade e para o mundo), ele fez uma apelo pela paz e pela justiça no Oriente Médio, pelo fim da "violência brutal'' no Iraque e por uma solução aos conflitos fraticidas em Darfur e outras partes da África.

- Um 'salvador' ainda tem algum valor e significado para os homens e mulheres do terceiro milênio? - perguntou o Papa a dezenas de milhares de pessoas na Praça de São Pedro.

- Ainda é necessário um 'salvador' para a humanidade que chegou à Lua e a Marte e está preparada para conquistar o universo; para uma humanidade que não conhece limites na busca pelos segredos da natureza e que teve sucesso até mesmo em decifrar os maravilhosos códigos do genoma humano?

- Um salvador é necessário para uma humanidade que inventou comunicação interativa, que navega no oceano virtual da Internet e graças às tecnologias de comunicações modernas mais avançadas transformou a Terra, nossa grande casa comum, em uma aldeia global? - indagou.Papa volta a questionar eutanásia

O Papa, que está em seu segundo Natal no pontificado, disse que o homem do século 21 parece ser senhor do próprio destino, mas "talvez necessite de um redentor ainda mais'' porque grande parte da humanidade ainda sofre.

- Ainda há pessoas que continuam morrendo de fome e sede, doença e pobreza, nesta era de consumismo desenfreado - disse ele a partir da varanda central da maior igreja do Cristianismo.

- Algumas pessoas continuam escravizadas, exploradas e sem dignidade; outras são vítimas de ódio racial e religioso, atingidas pela intolerância e discriminação, e por interferência política e física, ou coerção moral com direito à profissão livre de sua fé - disse.

- Outros vêem seus próprios corpos e aqueles de seus queridos, principalmente seus filhos, mutilados por armas, pelo terrorismo e por todos os tipos de violência, em um momento em que todos evocam e aclamam progresso, solidariedade e paz para todos - disse.

O Papa fez também uma referência ao polêmico caso de Piergiorgio Welby, italiano paralisado que pediu para morrer e por isso seu funeral não teve serviço religioso católico.

- O que somos para pensar sobre aqueles que escolhem a morte, na crença de que estão celebrando a vida?

Welby, defensor da eutanásia, morreu na quarta-feira depois de receber sedativos e ter o respirador que o mantinha vivo desligado. Ele sofria de distrofia muscular.

Na missa da meia-noite, com presença de cerca de 10.000 pessoas na Basílica de São Pedro, o Papa disse que a imagem do menino Jesus na manjedoura deveria lembrar a todos o sofrimento das crianças, pobres e negligenciadas do mundo.

Na missa, um membro da congregação fez uma oração em árabe pedindo para Deus incentivar "um espírito de diálogo, entendimento mútuo e colaboração" entre seguidores das três grandes religiões monoteístas - Cristianismo, Judaísmo e Islã.

No domingo, o Papa pediu aos fiéis que lembrassem de Cristo no Natal e criticou a eutanásia.

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