Mensagens de e-mail revelam relação de Bush com polêmico lobista, diz site

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Mensagens de e-mail escritas por Jack Abramoff mostram que a relação do agora arruinado lobista com o presidente George W. Bush não eram tão insignificantes como a Casa Branca tentou mostrar, afirma o site esquerdista "ThinkProgress". Abramoff está por trás de doações suspeitas a vários parlamentares republicanos.

Nos últimos dias a revista "Washingtonian" relatou a existências de várias fotografias de Bush e Abramoff juntos. A mensagens de e-mail em que o lobista descreve o relacionamento com Bush foi remetidas para Kim Eisler, editor da publicação.

Nelas, Abramoff descreve encontros com Bush "em quase uma dúzia de ambientes" e detalha como ele foi pessoalmente convidado para ir ao rancho privado de Bush, em Crawfor, no Texas, e participar de uma reunião para o levantamento de fundos. Abramoff não compareceu, alegando um motivo religioso.

"Ter uma foto minha com alguém não significa que eu sou amigo dele ou o conheça bem", disse Bush recentemente, classificando Abramoff de uma dos "milhares" de visitantes da Casa Branca ao lado dos quais pode ter sido fotogrado.

No centro do furacão das doações, parlamentares republicanos resolveram doar instituições de caridade dezenas de milhares de dólares que haviam recebido do influente lobista. que se declarou culpado dos crimes de fraude, formação de quadrilha e evasão de impostos.

Abramoff foi mais além das operações de levantamento de fundos e das funções legais de um lobista. Suas atividades chegaram ao suborno. E é preciso ficar claro que funcionários do governo e ações governamentais não estão à venda - disse a procuradora-geral assistente de Justiça, Alice S. Fisher.

Segundo as autoridades, pelo menos 20 legisladores e auxiliares seus estariam envolvidos em falcatruas cometidas pelo lobista, que cobrava US$ 750 por hora de seus clientes. Registros oficiais mostram que apenas em 2001 ele teve mais de mil contatos com membros do Congresso e pelo menos 200 com o governo Bush, durante os seus primeiros dez meses na Casa Branca.

Alguns aspectos do caso lembram o escândalo do mensalão brasileiro. Segundo as investigações, Abramoff na prática comprava favores de parlamentares e do governo, pagando-os com doações para campanhas, patrocinando viagens a vários países com hospedagem luxuosa, além de bancar despesas com clubes de golfe e ingressos para partidas de futebol americano e shows musicais. O dinheiro geralmente chegava aos políticos através de suas esposas, para não levantar suspeitas.