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O autoproclamado mentor dos atentados de 11 de setembro de 2001, Khaled Sheikh Mohammed, disse nesta quarta-feira (17) ao tribunal militar em Guantánamo que o presidente dos Estados Unidos "pode assassinar legalmente em nome da segurança nacional".

O principal acusado dos atentados que causaram quase 3 mil mortos falou excepcionalmente no terceiro dia da audiência preparatória do julgamento, no qual pode ser condenado à morte.

"O presidente (dos Estados Unidos) pode prender alguém e jogá-lo no mar em nome da segurança nacional", declarou Sheikh Mohammed sobre Osama Bin Laden, líder da Al-Qaeda, que foi morto por um comando americano no Paquistão e teve o corpo atirado ao mar no ano passado.

Mohammed, chamado de "KSM" por suas iniciais em inglês, foi autorizado a falar no tribunal militar, mas suas declarações passam por uma rápida revisão para evitar o vazamento de "informações sensíveis".

O governo dos Estados Unidos teme que Mohammed - que entre 2002 e 2006 esteve detido em uma prisão secreta da CIA onde foi submetido a práticas similares à tortura - revele informações secretas.

Enquanto esteve em poder da CIA, KSM sofreu 183 simulações de afogamento, admitiu o próprio governo americano. "O governo (dos Estados Unidos) está triste com a morte de 3 mil pessoas no 11 de Setembro", mas "matou milhões de pessoas em nome da segurança nacional", destacou Sheikh Mohammed.

"Vosso sangue não é feito de ouro e o nosso, de água", disse Sheikh Mohammed, considerado próximo a Bin Laden e que reivindicou a autoria dos ataques do 11 de Setembro de "A a Z".

O juiz James Pohl, que permitiu a declaração de Sheikh Mohammed sem qualquer interrupção, advertiu que o réu não voltará a falar desta maneira durante o processo: "foi a primeira e a única vez".

Na terça-feira, o tribunal militar autorizou Sheikh Mohammed a vestir o uniforme camuflado que utilizava como combatente mujahedine contra a ocupação soviética no Afeganistão.

A audiência desta quarta-feira foi a terceira de cinco destinadas a preparar o julgamento contra Mohamed e outros quatro acusados: seu sobrinho paquistanês Alí Abd al Aziz Alí - também conhecido como Amar al Baluchi -, o saudita Mustafah al Hawsawi e os iemenitas Ramzi Binalshibh e Walid bin Atash.

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