Mentor do seqüestro em Beslan vira vice-líder dos separatistas

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Shamil Basayev, considerado o mentor do seqüestro na escola de Beslan, em 2004, foi nomeado vice-líder dos separatistas da Chechênia, disse o proscrito movimento rebelde nesta sexta-feira, em um sinal de seu crescente radicalismo.

Basayev é o homem mais procurado da Rússia e se descreve como "um cara mau, um bandido, um terrorista". Oficialmente, torna-se agora o primeiro-vice-primeiro-ministro do governo separatista da Chechênia, segundo um documento divulgado pelo site rebelde www.kavkazcenter.com.

Basayev foi expulso da liderança do movimento em 2002, porque o então comandante Aslan Maskhadov considerava seus métodos radicais demais. Maskhadov foi morto em março pelas forças russas e substituído pelo clérigo muçulmano Abdul-Khalim Sadulayev.

Em mais um incidente atribuído pelas autoridades russas aos separatistas, o vice-governador da Ingushétia, república russa vizinha à Chechênia, foi ferido em um atentado, na quinta-feira.

Analistas dizem que, desde a morte do relativamente moderado Maskhadov, a liderança separatista se transferiu para figuras como Basayev, que considera os civis russos como alvos legítimos e se identifica com a causa de radicais islâmicos em outras regiões.

- Vimos que houve uma certa radicalização do movimento - disse Alexei Malashenko, analista de segurança do instituto Carnegie Moscow Center. Ele considera que Basayev "pode ser até mais enérgico" na organização de novos atos violentos.

Moscou, que não reconhece o governo rebelde, tenta há quase dez anos esmagar o movimento separatista checheno.

Basayev admitiu ter organizado a invasão da escola de Beslan (Sul da Rússia), há quase um ano. O incidente terminou com a morte de 330 pessoas, metade das quais crianças.

Ele também foi o responsável por dezenas de outros ataques, muitos dos quais contra civis russos. Desde 2000, quando perdeu um pé devido à explosão de uma mina, Basayev usa uma prótese.

Em entrevista transmitida neste mês pela rede ABC News, dos EUA, Basayev aceitou a qualificação de terrorista, mas disse que sua violência é justificada.