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Córdoba, Argentina – O Mercosul assumiu ontem a defesa de uma "nova integração" latino-americana que inclua Cuba, cujo presidente, Fidel Castro, falou mais do que todos e recebeu muitos aplausos na 30.ª Cúpula do bloco. Os presidentes de Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Venezuela, Chile e Bolívia, além do próprio Fidel, defenderam uma integração voltada para os mais pobres, que promova a inclusão em sociedades "injustas".

Ao inaugurar a Cúpula na cidade argentina de Córdoba, o anfitrião Néstor Kirchner marcou o tom dos discursos ao se pronunciar favorável a uma integração que tenha como bandeira "a solidariedade". Ele admitiu que ainda existem dificuldades no bloco fundado em 1991 por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, mas afirmou ser impossível dizer que o Mercosul fracassa, "somente porque dois ou três países possuem diferenças inconsistentes e conjunturais".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que assume a presidência do Mercosul pelos próximos seis meses – se uniu a Kirchner, admitindo que o Mercosul passa por um "momento de inquietação". Lula pediu "paciência" para superar obstáculos que atribuiu a "setores conservadores" que não identificou e que, na sua opinião, buscam "acabar" com o bloco.

Lula convidou a Bolívia a se integrar ao Mercosul como membro pleno, assim como a Venezuela acaba de fazer. O presidente da Bolívia, Evo Morales, que atualmente preside outro grupo de integração sul-americana, a Comunidade Andina de Nações (CAN), deu aceno positivo à sugestão, enquanto expressava sua admiração por Fidel. "Se Fidel entrar no Mercosul, os povos e os movimentos sociais vão me obrigar a entrar também", declarou.

Fidel se pronunciou na mesma linha, pedindo ainda que "os países com mais recursos contribuam com os que têm menos", e uniu-se à idéia de que a "solidariedade" seja a guia de uma nova integração. Ele falou durante 41 minutos (31 além do estabelecido), ofuscando inclusive o controverso presidente venezuelano, Hugo Chávez.

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