Davos, Suíça A chanceler alemã Angela Merkel pediu ontem "mais flexibilidade" aos países membros da OMC (Organização Mundial do Comércio) e também mais diálogo entre as nações do G-8 (Grupo das oito nações mais industrializadas do planeta). "É preciso ajustar posições para que a OMC chegue a um acordo", disse Merkel, no discurso de abertura do Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça). Assim, Merkel se referiu ao entrave da Rodada de Doha, suspensa em julho por controvérsias relacionadas, sobretudo, às questões do comércio agrícola.
No sábado, ministros de 30 países membros da OMC se reunirão paralelamente ao Fórum de Davos para tentar retomar as negociações. Merkel, atual presidente do G-8 e da União Européia (UE), também pediu que as negociações "não se concentrem na agricultura e incluam também (a liberalização) dos serviços".
Em seguida, a chanceler se dirigiu aos países industrializados, defendendo a idéia de ampliar os diálogos com outros governos como os de Brasil e México, que serão convidados a participar da Cúpula do G-8, marcada para junho. "Devemos melhorar o diálogo com os países emergentes", disse Merkel, acrescentando que isso é indispensável para o crescimento e a abertura de mercados no mundo. O G-8 é formado por EUA, Canadá, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Japão e Rússia.
No discurso de abertura, Merkel considerou a proposta do presidente americano, George W. Bush, de reduzir o consumo de petróleo "muito razoável", mas advertiu ao mesmo tempo para a redução dos gases causadores do efeito estufa para frear o aquecimento da Terra.
O pacote de medidas de Bush sobre a energia é "muito razoável" e "traz a esperança" de que os EUA "saibam agora que as novas tecnologias são totalmente necessárias", disse ela.
"Mas a política só não serve para prevenir as conseqüências da mudança climática", afirmou, lançando um apelo por um "acordo que inclua todos os que produzem gases de efeito estufa, para poder reduzir suas emissões".
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