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Os argentinos devem enfrentar neste fim de semana prolongado de Páscoa caos parecido com o que os brasileiros vêm encarando nos aeroportos, apesar de o governo de Néstor Kirchner já ter transferido o controle da aviação a civis.

Nesta quarta-feira (4), os pilotos argentinos recusaram um plano oficial que prevê decolagens de cinco em cinco minutos em pleno feriado, dizendo que manterão o intervalo de dez minutos por falta de radar.

"É uma loucura o que está acontecendo: o radar continua fora de serviço e decidiram reduzir o tempo de dez para cinco minutos", queixou-se o presidente da Associação de Pilotos de Linhas Aéreas (APLA), Jorge Pérez Tamayo.

Segundo Pérez Tamayo, a decisão dos pilotos de não acatar a ordem foi tomada para "preservar a vida dos passageiros e dos pilotos". Para ele, aceitar a medida oficial "significa piorar ainda mais a segurança" na aviação.

"Decidimos instruir nossos pilotos para que os intervalos não sejam inferiores a dez minutos", explicou Pérez Tamayo.

O ministério da Defesa anunciou na sexta-feira passada que o tempo entre decolagens e aterrissagens será reduzido à metade para evitar congestionamento de tráfego aéreo e atrasos para os passageiros no feriado da Semana Santa (entre quinta-feira e domingo), quando o fluxo de turistas aumenta consideravelmente.

Diego Serra, titular da União dos Aviadores de Linhas Aéreas (UALA) exigiu que "os estatutos da Organização Internacional da Aviação Civil (OACI) sejam cumpridos". Neste caso, quando o controle é manual o intervalo mínimo deve ser de sete ou oito minutos.

Segundo o ministério da Defesa, a decisão de reduzir o tempo entre os vôos foi apoiada pelo Órgão Regulador do Sistema Nacional de Aeroportos (ORSNA), a subsecretária de Transporte Aerocomercial, representantes de Aeroportos Argentina 2000, as companhias aéreas, a Torre de Controle de Vôos do aeroporto internacional de Ezeiza e a Associação dos Profissionais de Serviços Aeronáuticos (APSA).

Já a Associação de Controladores do Tráfego Aéreo (ACTA), que representa 480 dos 720 controladores do país, se manifestou contra.

A Força aérea disse nesta quarta-feira que a "segurança está garantida" e que o tempo entre as decolagens e os pousos "será flexível" no fim de semana.

Controladores civis

O governo argentino oficializou há mais de 15 dias a transferência do controle da aviação comercial da Força Aérea para as mãos de civis, após uma série de problemas causados por falhas e irregularidades.

Mas os vôos domésticos do aeroporto metropolitano Jorge Newbery e alguns internacionais continuam enfrentando dificuldades por causa de um radar com defeito que foi atingido por um raio. A operação de controle por enquanto está sendo feita manualmente.

No entanto, os trabalhadores do setor iniciarão uma greve quinta-feira porque estão se sentindo vítimas do nervosismo dos passageiros pelos atrasos dos vôos.

Segundo comunicado da Associação Pessoal Aeronáutico (APA, terra), a greve afetará todos os vôos nacionais do aeroporto metropolitano e protestarão contra os "ataques e xingamentos dos passageiros prejudicados pelo caos".

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