O cientista mexicano Héctor Alejandro Cabrera Fuentes, preso em fevereiro de 2020 sob acusação de espionar nos Estados Unidos para o governo da Rússia, foi condenado a quatro anos de prisão em um tribunal de Miami, na Flórida, segundo informou o Departamento de Justiça nesta quarta-feira (22).
Cabrera Fuentes, que segundo o expediente era pesquisador do Centro Nacional de Saúde de Cingapura, onde reside, foi preso no Aeroporto Internacional de Miami quando planejava viajar para o México.
De acordo com documentos judiciais, desde 2019 Cabrera Fuentes "agiu sob a direção e controle de alguém que ele acreditava ser um funcionário do governo russo".
Seguindo suas instruções, o mexicano conseguiu "um intermediário para alugar uma propriedade em um prédio residencial no condado de Miami-Dade, onde residia um americano que havia fornecido anteriormente informações sobre o governo russo ao governo dos EUA".
Além disso, sob as ordens do mesmo funcionário russo, Cabrera Fuentes viajou a Miami em fevereiro de 2020 para “obter o número da placa e o local de estacionamento” do americano ao qual espionava e “entregá-los ao funcionário russo em sua próxima viagem” ao país.
Um cúmplice do mexicano, a seu pedido, tirou uma foto do carro do americano. "Uma mensagem de WhatsApp do amigo de Cabrera Fuentes para ele continha uma fotografia em close do carro" da pessoa que eles estavam espionando.
Ainda segundo os documentos do processo, a maneira como Cabrera Fuentes se comunicava com o funcionário do governo russo "é consistente com as táticas dos serviços de inteligência russos para detectar, avaliar, recrutar e gerenciar recursos e fontes de inteligência".
O mexicano, que entrou nos Estados Unidos com visto B1-2 para turismo ou negócios temporários, foi condenado nesta terça-feira em um tribunal do Distrito Sul da Flórida a quatro anos de prisão "por atuar nos Estados Unidos em nome de um governo estrangeiro sem notificar o procurador-geral".
Cabrera Fuentes já havia se declarado culpado de cometer espionagem para a Rússia nos Estados Unidos no último dia 15 de fevereiro em um tribunal na cidade de Miami.
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