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Mexicanos foram às urnas neste domingo (4), para escolher prefeito e governador | Reuters/ STR
Mexicanos foram às urnas neste domingo (4), para escolher prefeito e governador| Foto: Reuters/ STR
  • Egidio Torre, candidato ao governo de Tamaulipas, votou neste domingo

Os mexicanos votaram para governadores e prefeitos de um terço do país no domingo (4) em uma eleição marcada por intimidação e crimes ligados aos tráfico de drogas e que deverá dar uma vitória esmagadora ao principal partido de oposição.

Com a administração conservadora marcada por uma economia fraca e um alto índice de violência, o Partido Revolucionário Institucional (PRI) é apontado vencedor da maioria dos 12 governos, mantendo muitos dos nove Estados que controla e eliminando rivais em outras regiões.

O aumento da violência, incluindo os assassinatos de dois candidatos e uma série de ameaças, marcaram a campanha eleitoral.

A grande vitória do PRI poderá preparar o terreno para uma candidatura à Presidência em 2012 da estrela do partido, o governador do Estado do México, Enrique Peña Nieto.

Com a esquerda mexicana dividida, o presidente Felipe Calderón afundou nas pesquisas de opinião, enquanto o PRI busca seu retorno após a vitória eleitoral de 2000 do Partido da Ação Nacional (PAN), conservador, acabar com sua hegemonia de 71 anos.

A aprovação de Calderón despencou nos últimos meses, enquanto a economia encontra dificuldades para sair da recessão e uma campanha do Exército para limitar a atuação dos cartéis de drogas provoca mais violência no país.

Mais de 26 mil pessoas foram mortas durante três anos de meio da gestão Calderón, a maioria traficantes e policiais, mas também civis. Corpos mutilados e cabeças humanas ficam muitas vezes expostos em público, na disputa de gangues por território.

A disputa de traficantes por rotas para os Estados Unidos transformaram a Ciudad Juarez, próxima a El Paso, Texas, em uma das cidades mais perigosas do mundo, com uma média de 10 mortes relacionadas com ao tráfico por dia em junho.

"Votei a favor do PRI, porque Calderón nos colocou nesta guerra em que pessoas inocentes estão pagando o preço", disse Jorge Lopez, 46 anos, desempregado em uma favela Ciudad Juarez.

Investidores assustados

Investidores venderam o peso mexicano no início da última semana depois que Rodolfo Torre, candidato a governador pelo PRI no Estado fronteiriço de Tamaulipas, e quatro assessores foram emboscados e mortos por pistoleiros quando se dirigiam a um evento de campanha. Esse foi o principal crime político do México em 16 anos.

Um candidato a prefeito em Tamaulipas também foi assassinado por pistoleiros suspeitos de estarem ligados ao tráfico de drogas, provavelmente para tentar influenciar o processo político.

Egidio Torre substituiu seu irmão assassinado como candidato e compareceu à votação em Tamaulipas, no domingo, protegido por guarda-costas. Longas filas se formaram nas mesas de votação no Estado onde cerca de 40 por cento dos voluntários para a eleição não compareceram temendo ataques de grupos de traficantes. Além de irritadas com Calderón, algumas pessoas culpam políticos locais do PRI por não combaterem a violência relacionada às drogas.

"A insegurança que estamos vivendo aqui é por causa de maus governos do PRI. Eu não posso dizer mais nada porque isso pode custar a minha vida", disse um empresário de 55 anos de idade, em Reynosa.

O México sofre com a corrupção endêmica na política estadual e muitos candidatos também são acusados de fazer parte da folha de pagamentos do cartel de drogas. A imprensa mexicana reportou que o governador do PRI em Tamaulipas tem um guarda-costas procurado pelos EUA por acusações de drogas.

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