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Honduras

Micheletti faz proposta para retomar diálogo com Zelaya

Volta de Zelaya ao poder é o principal obstáculo no diálogo entre representantes do governo provisório e do presidente deposto

Protesto pró-Zelaya em frente de um bloqueio policial: presidente deposto só negocia se for reconduzido ao poder | Yuri Cortez/AFP
Protesto pró-Zelaya em frente de um bloqueio policial: presidente deposto só negocia se for reconduzido ao poder (Foto: Yuri Cortez/AFP)

Tegucigalpa - A comissão negociadora do go­­verno de fato de Honduras apresentou ontem uma nova proposta de acordo para tentar destravar o diálogo com o presidente deposto, Manuel Zelaya.

"Convocamos os representantes do senhor Manuel Zelaya para a mesa de diálogo para retomar as negociações, já que se passaram 48 horas desde a última proposta", disse Armando Aguilar, um dos negociadores do governo de fato.

A nova proposta foi lida pela porta-voz da comissão de Miche­­letti, Vilma Morales, no hotel onde estão sendo feitas as negociações.

Victor Meza, um dos membros da comissão negociadora de Ze­­laya, disse que ela será analisada se for "séria" e inspirada no Acor­­do de San José – projeto de pacto apresentado pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, que previa o re­­torno de Zelaya ao poder.

Nos últimos dias, o presidente autoproclamado, Roberto Miche­­letti, insistia que caberia à Corte Suprema de Justiça decidir sobre a legalidade da restituição de Ze­­laya, enquanto que o presidente deposto queria que a decisão fosse do Congresso.

Troca de farpas

As negociações permanecem travadas desde que a comissão de Ze­­laya, retirado do cargo no dia 28 de junho, recusou uma proposta do grupo de Micheletti quaficando-a como "insultante e provocadora".

Os representantes de Micheletti colocam a culpa pela paralisação nos assessores do líder deposto, segundo o jornal hondurenho El Heraldo. Já os partidários de Ze­­laya dizem que o governo de fato tenta prolongar o impasse, sem apresentar propostas sérias para o fim da crise.

Apesar de terem feito acordos sobre quase todos os pontos em discussão, os negociadores não conseguem chegar a um ponto co­­mum sobre o retorno de Zelaya ao poder.

O governo de fato insiste que quem deve decidir a legalidade da recondução de Zelaya é a Suprema Corte de Justiça. Mas o presidente deposto diz que a medida compete ao Congresso, pois a máxima instância judicial já se pronunciou contrária à sua volta ao cargo.

Pela nova proposta, as duas co­­missões negociadoras poderiam pedir o parecer de quem julgassem mais adequado.

As duas partes também teriam de se comprometer a "impulsionar o processo eleitoral para que o mesmo (as eleições de 29 de no­­vembro) se realize num ambiente de ordem, transparência, legitimidade e ampla participação do eleitorado hondurenho".

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