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Estande da Microsoft na exposição Computex, realizada neste ano em Taiwan | Pichi Chuang/Reuters
Estande da Microsoft na exposição Computex, realizada neste ano em Taiwan| Foto: Pichi Chuang/Reuters

A denúncia

Mais documentos em posse do ex-técnico da CIA Edward Snowden foram divulgados ontem pelo jornal britânico The Guardian.

O problema

A Microsoft colaborou de perto com o sistema de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês). De acordo com o jornal britânico, a própria empresa teria ajudado o serviço secreto norte-americano a burlar a criptografia da companhia para interceptar comunicações de usuários.

Hotmail

O relatório, que guarda informações de três anos, afirma que conversas de usuários no portal do Outlook teriam sigo acessadas pela agência com ajuda da própria Microsoft. A companhia também teria facilitado a obtenção de dados de contas no Hotmail e do serviço SkyDrive, que tem mais de 250 milhões de usuários no mundo.

Skype

Outro alvo da agência teria sido o Skype, adquirido pela Microsoft em outubro de 2011. Segundo o Guardian, a NSA teria obtido dados em vídeo e áudio de conversas de internautas. O jornal também afirma que os dados coletados são rotineiramente compartilhados com o FBI e a CIA.

Negação

Antes, empresas do Vale do Silício negaram acusações de que estariam colaborando com o esquema de espionagem dos EUA, argumentando que toda obtenção de dados de usuários teria que passar primeiro pela Justiça.

Porém

No entanto, o Guardian afirma que ordens judiciais previamente programadas permitem que comunicações sejam acessadas sem um mandato individual se a NSA tiver ao menos 51% de certeza que o usuário não é norte-americano e não está no território dos EUA. Para espionar um cidadão norte-americano seria necessário um mandato individual. Se o usuário for estrangeiro e estiver fora dos EUA, a agência seria capaz de conseguir o acesso.

Fonte: Agência O Globo

Senado prepara a CPI da espionagem

Agência O Globo

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), leu na madrugada de ontem o requerimento da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) para a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com objetivo de investigar as denúncias de espionagem pelos Estados Unidos em e-mails e ligações telefônicas no Brasil.

O jornal O Globo mostrou que, na última década, a NSA espionou telefonemas e correspondência eletrônica de pessoas residentes ou em trânsito no território brasileiro, assim como empresas instaladas no país. Não há números precisos, mas em janeiro passado, por exemplo, o Brasil ficou pouco atrás dos Estados Unidos, que teve 2,3 bilhões de telefonemas e mensagens espionados.

Protocolo

O pedido para instalação da CPI da Espionagem foi protocolado ontem na Secretaria-Geral da Mesa da Casa com 41 assinaturas. O requerimento precisava ter no mínimo a assinatura de um terço dos parlamentares: 27 senadores.

Agora, os líderes partidários serão notificados para a indicação dos membros da comissão. Este é o primeiro passo para a instalação da CPI no Senado.

18 dias na área de trânsito do aeroporto Sheremetyevo, de Moscou. Essa é a situação atual do delator Edward Snowden.

A Microsoft manteve uma estreita colaboração com as agências de inteligência americanas para facilitar a interceptação de mensagens privadas de seus usuários, segundo documentos da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) revelados nesta quinta-feira pelo jornal britânico The Guardian.

A nova informação divulgada pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden revela como a empresa do Vale do Silício ajudou a NSA a evitar o sistema de criptografia que protege as conversas entre os usuários através do chat do site Outlook.com.

Segundo os documentos, a agência tinha capacidade de acesso às mensagens de e-mail enviadas com o Outlook – que inclui o Hotmail – antes que o programa as codificasse para envio seguro.

Neste ano, a Microsoft trabalhou com o FBI e a NSA para facilitar o acesso indiscriminado às informações arquivadas na nuvem através do serviço SkyDrive, que conta com cerca de 250 milhões de usuários.

Também o Skype, uma companhia que a Microsoft adquiriu em 2011 por cerca de 6 bilhões de euros, ajudou os serviços secretos dos EUA a facilitar seu trabalho de interceptar conversas em formato de vídeo e áudio, segundo o Guardian.

Snowden, que permanece na zona de trânsito do aeroporto de Moscou desde 23 de junho, divulgou no início de junho documentos que revelam a existência do programa Prism, que permite que as agências de inteligência tenham acesso às informações armazenadas por milhões de usuários nos servidores de empresas como Google, Microsoft e Facebook.

As empresas que apareceram nos documentos de Snowden negaram que seus programas contenham "portas traseiras" para facilitar o acesso à informação privada de seus servidores.

A nova informação indica, no entanto, que a Microsoft forneceu soluções técnicas para os serviços secretos para permitir o acesso direto às conversas criptografadas no site Outlook.com.

Um documento com data de 26 de dezembro de 2012 – que o Guardian atribuiu a uma comunicação interna da NSA – diz: "MS [Microsoft], trabalhando com o FBI, desenvolvida a capacidade de vigilância para fazer frente [ao problema]".

"As soluções foram testadas com sucesso e entraram em funcionamento no dia 12 de dezembro de 2012", acrescenta o documento.

Outra nota descreve como a companhia trabalhou "durante muitos meses" com os serviços secretos para permitir que o programa Prism tivesse acesso ao SkyDrive sem a necessidade de autorização prévia.

Essa capacidade de acesso "significa que os analistas já não terão de fazer um pedido especial (...) para isso", afirma o documento.

Para Bernardo, EUA acessaram conteúdos

Agência O Globo

O ministro das Comuni­cações, Paulo Bernardo, disse ontem ter certeza de que os EUA tiveram acesso ao conteúdo de e-mails e ligações telefônicas supostamente espionados no Brasil.

Em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado, Bernardo chamou de "bisbilhotagem" e "xeretagem" a ofensiva do governo americano e afirmou que informações técnicas sobre os e-mails e telefonemas – como a duração das ligações, número dos telefones, registro de hora e dia e destinatários – não foram as únicas a serem acessadas.

Esses são os chamados metadados. Até agora, o embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon, admitiu apenas o acesso a metadados referentes à internet e à telefonia, sem citar que se tratam de dados de brasileiros.

"Se você tem os dados resumidos, é evidente que, no universo todo, tem de ter esses dados. Como é que você vai selecionar algo e isso não foi gravado? A evidência é que os dados são todos coletados, embora a análise seja apenas desses chamados metadados. Fiquei convencido de que o conteúdo é recolhido junto com outras informações. Não dá para gravar a posteriori. É uma coletânea com todos os dados", disse o ministro.

Para Bernardo, a suposta espionagem busca informações industriais e comerciais como forma de "burlar a concorrência".

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