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"Foi o 11 de Setembro da China". A comparação, feita imprensa estatal, dá uma ideia do choque provocado pelo atentado que deixou 33 mortos no sul da China, na noite de ontem.

Testemunhas contaram que mascarados vestidos de preto esfaquearam a esmo passageiros na estação ferroviária de Kunming, capital da província de Yunan, no sudoeste do país.

Foi um dos piores ataques desse tipo já cometidos na China e ocorre num período especialmente sensível: esta é a semana da sessão anual do Congresso Nacional do Povo (Parlamento), tido como o principal evento do calendário político chinês.

Ao menos 33 passageiros morreram e 140 ficaram feridos. Quatro dos autores do ataque, entre eles uma mulher, foram mortos a tiros pela polícia. Cinco escaparam e estão sendo caçados pelas forças de segurança.

Sobrevivente disse ao jornal "Beijing Times" que o grupo sacou os facões e começou o massacre e uma correria tomou conta da estação. Os mais lentos foram atingidos.

O líder chinês, Xi Jinping, disse que as forças de segurança "não pouparão esforços" para que os responsáveis sejam "severamente punidos de acordo com a lei".

O governo culpou separatistas de origem uigur, uma etnia muçulmana que se concentra na província de Xinjiang, noroeste da China.

Em outubro, na véspera de outra reunião importante do Partido Comunista, um atropelamento em Pequim também foi atribuído por autoridades a terroristas uigures. Dois pedestres e três passageiros do carro morreram.

A tensão entre a minoria e o governo chinês é permanente em Xinjiang, onde no último ano cerca de cem pessoas morreram em confrontos com a polícia. Se o atentado tiver de fato sido obra de uigures, é a mais sangrenta ação cometida por eles fora da região, que fica a centenas de quilômetros de Kunming.

A imprensa estatal ecoou a disposição do governo de responder "com mão de ferro" ao ataque.

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