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Milhares de palestinos participaram nesta sexta-feira (4) de uma rara manifestação na Faixa de Gaza do movimento Fatah, do presidente palestino, Mahmoud Abbas. O evento marca os 48 anos de aniversário do grupo, à medida que diminuem as tensões com os rivais do Hamas, que governam o enclave desde 2007.

Um longo hiato nas negociações de paz entre o governo de Abbas e Israel aproximaram as diferenças ideológicas entre as duas principais facções palestinas. A solidariedade aumentou desde o ataque de Israel a Gaza em novembro, na qual o Hamas se declarou vitorioso.

"Logo nós iremos recuperar nossa unidade", disse Abbas em um discurso televisionado para os milhares de manifestantes que marcharam em Gaza.

Abbas continua baseado na região ocupada por Israel da Cisjordânia, mas vários de seus assessores participaram da marcha na Faixa de Gaza, enfeitada com bandeiras amarelas do Fatah em vez das cores verdes do Hamas, que dominaram tais eventos desde que combatentes do Hamas expulsaram o Fatah do território em 2007.

"A mensagem de hoje é que o Fatah não pode ser eliminado", disse Amal Hamad, um membro do órgão administrativo do grupo. "O Fatah está vivo, ninguém pode excluí-lo, e quer acabar com a divisão".

A manifestação marcou os 48 anos desde a fundação do Fatah para comandar os palestinos na luta contra Israel. Seu antigo líder Yasser Arafat assinou um acordo de paz provisório em 1993, que ganhou para os palestinos uma determinação para se auto-governarem. O Hamas, que não reconhece a existência de Israel, rejeitou o acordo e venceu a eleição parlamentar palestina de 2006. O grupo formou uma turbulenta coalizão com o Fatah, até sua separação violenta um ano mais tarde.

Embora afastado do Ocidente, o Hamas se sente amparado pelos ganhos eleitorais de movimentos políticos islâmicos no vizinho Egito e em outros países da região - confiança que pode ser vista pelo fato de a manifestação de sexta-feira do Fatah ter sido autorizada.

"O sucesso da manifestação é um sucesso para o Fatah e para o Hamas também", disse o porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri. "A atmosfera positiva é um passo no caminho para recuperar a unidade nacional".

O Egito tenta há muito tempo negociar a reconciliação entre Hamas e Fatah, mas os esforços anteriores ??fracassaram por questões de partilha de poder, controle de armas, e até que ponto Israel e outras potências aceitariam uma administração palestina incluindo o Hamas.

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