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Milhares de peregrinos receberam neste sábado o Patriarca Latino Monsenhor Michel Sabah, na tradicional procissão com a qual começaram as celebrações do Natal na Terra Santa. A procissão, precedida por frades franciscanos e coroinhas, partiu de Jerusalém ao meio-dia, e cruzou os seis quilômetros que separam essa cidade de Belém escoltada pela Polícia israelense, segundo marca a tradição.

Sabah e sua comitiva atravessaram o muro erguido por Israel para entrar em Belém. Em sua chegada à cidade da Natividade, o patriarca pediu a derrubada do muro, que teria transformado a cidade em uma prisão.

- É preciso derrubar o muro e construir em seu lugar pontes de amor e paz - disse monsenhor Sabah, chefe da Igreja Católica na Terra Santa.

- Ninguém precisa controlar a Terra Santa. Esperamos que a estrada permaneça aberta para que todos os peregrinos possam entrar durante todos os dias do ano - acrescentou Sabah.

Israel e a Autoridade Nacional Palestina (ANP) declararam uma trégua natalina de 72 horas no distrito de Belém para garantir a passagem de cristãos israelenses e estrangeiros, embora os palestinos de Belém que não sejam cristãos não possuam autorização das autoridades israelenses para visitar outros lugares na Terra Santa.

- Eles podem entrar, mas nós não podemos sair - disse Elías Canavati, comerciante cristão da cidade, reforçando as palavras do Patriarca.

Israel concluiu o muro de separação de Belém em novembro, com um terminal fronteiriço pelo qual passaram hoje os peregrinos, embora as facilidades para entrar na cidade não sejam as mesmas que para sair.

As revistas na saída são exaustivas, o que, junto à relativa calma na região, fez com que diversos peregrinos estrangeiros pernoitem na cidade, diferentemente do que ocorreu nos últimos anos.

O prefeito de Belém revelou que a ocupação hoteleira supera 70%.

A presença de peregrinos se traduziu também em uma oportunidade para reativar o comércio na cidade, onde 70% da população vive do turismo.

Nem mesmo o mau tempo, com chuva e ventos fortes, tirou o ânimo dos peregrinos, que se concentrarão esta noite na Praça da Manjedoura para assistir à tradicional Missa do Galo.

A missa começará à meia-noite e será oficiada pelo Patriarca Latino. Durante a liturgia, serão rezadas orações em vários idiomas, como símbolo do tradicional espírito de universalidade do Natal.

O presidente da ANP, Mahmoud Abbas, muçulmano, assistirá à missa, como costumava fazer até 2001 seu antecessor, o falecido Yasser Arafat.

Foi no Natal de 2001, em resposta aos diversos atentados suicidas palestinos, que Israel proibiu pela primeira vez Arafat de deixar a cidade de Ramala, onde residia, para participar da Missa, como fazia desde que chegou à região em 1994.

Também comparecerão às tradicionais missas os cônsules dos países protetores da Terra Santa.

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