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Milhares de manifestantes, alguns levantando cartazes em amarelo e preto com os dizeres ``EUA fora do Iraque agora'', fizeram uma passeata próxima ao Pentágono no sábado, em um dos vários protestos que ocorrerão nos Estados Unidos e no mundo.

A passeata, em um dia de São Patrício (patrono da Irlanda) frio e nebuloso, ocorre um pouco antes do aniversário do início da guerra do Iraque na terça-feira, e 40 anos depois de um protesto semelhante no Pentágono, contra a Guerra do Vietnã.

A passeata começou perto do Memorial da Guerra do Vietnã, próximo à Casa Branca, e prosseguiu acompanhando o Rio Potomac, na direção do Pentágono. Lia-se em um cartaz: ``Os piores tiranos da história: Napoleão, Hitler e Bush.''

A frustração com a guerra do Iraque custou ao presidente George W. Bush o controle do Congresso pelos republicanos nas eleições do ano passado, e é a principal razão para que seus índices de popularidade tenham caído para perto de 30 por cento, os piores de sua Presidência.

Bush também enfrenta outros problemas, incluindo a insatisfação com o atendimento de saúde precário para os veteranos norte-americanos, a condenação por perjúrio de um ex-assessor do vice-presidente Dick Cheney, e a indignação com a demissão de promotores públicos federais, que gerou pedidos pela exoneração do secretário da Justiça, Alberto Gonzales.

Bush anunciou um plano em janeiro para o envio de mais 21.500 soldados ao Iraque, aumentando ainda mais a oposição à guerra. O número de soldados adicionais enviados subiu para cerca de 30 mil, contando as tropas de apoio. Seu plano visa controlar a violência em Bagdá e na província de Anbar, no oeste do Iraque.

A passeata é o mais recente protesto em Washington contra a guerra, que já matou mais de 3.200 soldados norte-americanos.

Em 27 de janeiro, dezenas de milhares de manifestantes reuniram-se em frente ao Capitólio para pressionar o governo a se retirar do Iraque.

A polícia afirmou que cerca de duas dezenas de manifestantes foram presos na noite de sexta-feira em frente à Casa Branca. Bush já tinha saído para a residência de campo presidencial Camp David, em Maryland, onde vai passar o fim de semana.

Centenas de pessoas realizaram uma manifestação pró-guerra nas redondezas do protesto, portando cartazes que diziam: ''Ganhe a guerra ou perca para a Jihad'', ``Nossos soldados estão derramando seu sangue para manter os terroristas fora dos Estados Unidos'' e ``São Patrício: Tire os democratas de nossa terra.''

Os organizadores da passeata antiguerra disseram que a nevasca da noite de sexta-feira prejudicou a manifestação. A nevasca atingiu a Costa Leste, desde Washington até New England, impedindo viagens.

A polícia de Los Angeles disse que estava esperando entre 5.000 e 10.000 manifestantes em um comício antiguerra na cidade. Outros protestos estavam marcados para Austin, no Texas, além de outros países como Austrália, Grã-Bretanha e Canadá.

Democratas do Congresso estão tentando criar legislação para estabelecer um prazo para a presença dos EUA no Iraque. Uma proposta que será debatida em breve na Câmara dos Deputados vincula a aprovação de 124 bilhões de dólares em fundos emergenciais de guerra a uma retirada em setembro de 2008.

Advertindo que a retirada dos Estados Unidos poderá aumentar a violência no Iraque, Bush descreveu a proposta como uma tentativa dos legisladores de ``microadministrar'' a guerra e ameaçou vetar uma decisão.

``As conseqüências de impor um cronograma tão artificial seriam desastrosas'', disse Bush em seu pronunciamento semanal pelo rádio, no sábado.

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