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Milhares de pessoas se juntaram, nesta segunda-feira, aos monges que protestam contra o governo de Mianmar (antiga Birmânia), no que se transformou na maior manifestação no país desde que o governo reprimiu ações de ativistas democratas, há 20 anos. Em todo o país, cerca de 300 mil pessoas se mostraram dispostas a revelar seu descontentamento, após décadas de repressão.

Os monges realizam protestos há oito dias consecutivos. A rebelião religiosa começou em Pakokku, no início de setembro, depois de soldados agredirem diversos monges. Em resposta ao episódio e à recusa da Junta Militar em se desculpar pelos maus-tratos contra os religiosos, a Aliança de Todos os Monges da Birmânia convocou para esta segunda-feira um protesto nacional.

Por enquanto, a Junta Militar, mantém silêncio sobre o que está ocorrendo nas ruas, mas deve realizar, ainda nesta segunda-feira, uma reunião de urgência em Naypyitaw, nova capital do país.

- Estou muito emocionada e também preocupada - disse uma professora que assistia à manifestação em Rangun.

A hierarquia da instituição budista da Birmânia, submetida ao controle governamental, havia ordenado que os monges retornassem a seus mosteiros para pôr fim às manifestações contra a Junta Militar. A maioria dos monges que participam das manifestações que ocorrem em Rangun há uma semana vem de mosteiros de outras cidades.

Nesta segunda-feira, as maiores manifestações ocorreram em Rangun, a antiga capital; na cidade de Mandalay (norte), a segunda mais povoada do país; e em Pakokku. Os monges entoavam mantras sobre a bondade, estendiam faixas pedindo libertação de presos políticos e carregavam os recipientes usados para recolher donativos virados para baixo, em sinal de protesto.

- Nunca na minha vida vi uma multidão tão grande. Toda a cidade saiu às ruas - disse um morador de Sittwe, onde estima-se que 100 mil pessoas tenham participado do protesto.

No domingo, cerca de 20 mil pessoas, entre monges e civis, fizeram uma manifestação em Rangunem apoio à líder opositora e Prêmio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, que o regime militar mantém confinada em sua residência desde 2003. Após anos de reclusão total, Suu Kyi apareceu no sábado na porta de sua casa para homenagear os monges e centenas de cidadãos que furaram o bloqueio policial que impede as pessoas de se aproximarem.

Não são realizadas eleições legislativas no país desde 1990, quando Suu Kyi, à frente da LND, obteve uma vitória esmagadora que nunca foi reconhecida pelos generais que dirigem o país com mão de ferro desde 1962. Na quinta-feira, a ONU emitiu um comunicado indicando que a tensa situação no país traz risco à segurança das outras nações do Sudeste Asiático.

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