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Menina abraça boneco de Chávez em meio às pessoas que foram à academia militar participar do velório do venezuelano | Jorge Dan Lopez/Reuters
Menina abraça boneco de Chávez em meio às pessoas que foram à academia militar participar do velório do venezuelano| Foto: Jorge Dan Lopez/Reuters

"A CIA contribuiu para a derrubada de governos e espalhou sangue pela América Central e América do Sul. Deixa eles tentarem se intrometer [na Venezuela] e não haverá uma gota de petróleo para os EUA."

Carlos Torres, integrante da gangue La Piedrita, responsável por defender a revolução de Hugo Chávez.

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125 mil membros tem a milícia nacional da Venezuela, ligada às Forças Armadas, grupo do qual não fazem parte os grupos armados (de número desconhecido) fiéis à "revolução socialista" de Hugo Chávez.

Carlos Torres abre o portão de arame para a vizinhança controlada pelo grupo La Piedrita, uma área em que nem a polícia consegue entrar sem permissão. "Leais ao comandante Chávez", indica o cartaz dentro do reduto a oeste de Caracas.

A vizinhança pobre é onde está um pequeno grupo de jovens armados que, como Torres, se veem como defensores da "revolução socialista" do presidente Hugo Chávez.

Esses chavistas obstinados dizem que de forma alguma vão deixar a "oligarquia" venezuelana e seus protetores em Washington retornarem ao poder. "Isso pode nos custar sangue, suor e lágrimas, mas eles não voltarão", afirmou Torres.

Se o sistema implementado por Chávez for de fato ameaçado por adversários internos e externos, como seu escolhido sucessor alega, esta é a linha de defesa da revolução.

São centenas de venezuelanos valentes e bem armados que pertencem a este tipo obscuro de "grupo" como La Piedrita, acusados de intimidação armada contra oponentes políticos.

Eles são a face mais visível de um número desconhecido de estruturas armadas leais ao governo, grupos não relacionados com os 125 mil membros da milícia nacional ligados às Forças Armadas. Com a Venezuela avaliando os próximos passos após a morte de Chávez na terça-feira passada, a maioria dos apoiadores do líder forma uma ameaça desconhecida em um país inundado de armas e angustiado pela segunda maior taxa de assassinatos do mundo.

O vice-presidente Nicolas Maduro – escolhido por Chávez como seu sucessor – vem sustentando há semanas que o líder da oposição, Henrique Capriles, "conspira" contra a democracia venezuelana. Durante o fim de semana e horas após anunciar a morte de Chávez, Maduro afirmou que Capriles estava conspirando com a direita dos EUA.

Chávez usou esse tipo de tática e retórica durante muito tempo. Oponentes disseram que ele alimentava a xenofobia enquanto permitia que seus tenentes munissem seus partidários com armas, transformando civis em tropas de choque.

Maduro também expulsou dois adidos militares dos EUA sob a alegação de estarem tentando recrutar autoridades venezuelanas para "projetos desestabilizadores", prova suficiente para Torres, do grupo La Piedrita, de que os EUA estão tentando sabotar a revolução.

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