Milícias são arma contra perda de popularidade de Chávez

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O presidente venezuelano Hugo Chávez, que buscará a reeleição em 2012, recentemente perdeu popularidade, enquanto seu go­­verno enfrenta cortes de eletricidade, uma recessão e uma inflação de 26%. Ele ainda tem, apesar disso, um apoio importante no país.

A milícia é "um exército pessoal, uma guarda pretoriana", disse o almirante da reserva Elías Buchszer, um opositor de Chá­­vez. O militar da reserva notou que, apesar do discurso do presidente acerca de repelir uma invasão dos EUA, a milícia na verdade está orientada para manter o con­­trole, mantê-lo no poder e "intimi­­dar e atemorizar o país de qualquer coisa que se faça, pois vão sair os milicianos" para as ruas.

Alguns membros da milícia venezuelana dizem que não há nada a temer, que seu único propósito é proteger o país e suas armas seguem guardadas em depósitos militares, quando não estão em treinamento.

Também realizam missões como ficar de guarda em mercados estatais. Alguns foram treinados como auxiliares e dizem estar dispostos a agir após terremotos e outros desastres.

Talvez o mais importante para alguns é que eles se sentem importantes, porque Chávez os incluiu em seu projeto nacional. "Já não somos excluídos", afirmou María Henríquez, desempregada de 44 anos, que estuda na Missão Ribas, um programa de educação para adultos. Ela gritou com entusiasmo aos companheiros, após sair de um caminho onde se arrastou por uma valeta, com o rosto coberto de pó escurecido. "Não estamos aqui porque ninguém nos obrigou. Estamos porque somos patriotas", garantiu. "Nós damos a vida por ele", afirmou, referindo-se a Chávez.

Alguns membros do chamado corpo de combatentes da Missão Ribas, um dos integrantes da milícia, são treinados de maneira a salvaguardar a indústria petroleira venezuelana e manter o fluxo de combustível, no caso de um conflito. O coordenador nacional da milícia, Jesús Lozano Sán­­chez, declarou que não importa o cenário, "estamos preparados para defender a pátria, defender a revolução e defender o comandante Chávez".