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Forças de segurança monitoram o sul de Bagdá e tentam conter os militantes sunitas | Alaa Al-Marjani/Reuters
Forças de segurança monitoram o sul de Bagdá e tentam conter os militantes sunitas| Foto: Alaa Al-Marjani/Reuters

Perfil

Americanos oferecem US$ 10 milhões pela cabeça de Baghdadi

Efe

Abu Bakr Al-Baghdadi se transformou no pior pesadelo dos governos do Iraque e Síria, em cujo território criou seu califado graças ao avanço de um exército com milhares ou dezenas de milhares de jihadistas procedentes de todas as partes do mundo.

Esse número é difícil de se estabelecer, da mesma forma que muitos dos detalhes da vida do autoproclamado califa, um personagem que utilizou com astúcia a "invisibilidade" para chegar ao ponto mais alto do extremismo islâmico. O "homem mais perigoso do mundo" ou o "novo Osama bin Laden", como foi batizado pela Time e pelo Le Monde, respectivamente, se chama de fato Ibrahim Awad Ali al-Badri Al Samarrai. Ele nasceu em 1971 no seio de uma família religiosa de Samarra, no Iraque, e estudou História Islâmica na Universidade de Bagdá, onde fez doutorado no final dos anos 90. Esses são os únicos dados biográficos conhecidos de Baghdadi.

Os EUA ofereceram US$ 10 milhões pela cabeça de Baghdadi em 2011, quando Washington confirmou sua liderança à frente da Al-Qaeda no Iraque. Mais tarde, ele romperia com a rede terrorista para criar o Estado Islâmico do Iraque e do Levante.

Métodos brutais fazem parte do esquema do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, como matar os inimigos capturados e divulgar na internet decapitações e mutilações. O vídeo mais recente mostrava a execução de dezenas de soldados iraquianos.

Carisma de Baghdadi para formar um grupo de jihadistas de várias nacionalidades e sua brutalidade parecem ser a causa do êxito que obteve, segundo especialistas. "É imperativo para todos os muçulmanos jurar lealdade ao califa e apoiá-lo", disse o EIIL.

Área

Não está claro qual é a extensão do território do califado. O fato de ter conquistado terras próximas na Síria e no Iraque permitiu a Baghdadi acabar com as fronteiras na região.

O grupo militante sunita Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), que assumiu o controle de parte do território da Síria e do Iraque, declarou formalmente o estabelecimento de um Estado Islâmico nesses locais.

O EIIL também exige fidelidade dos muçulmanos de todo o mundo, movimento que pode intensificar as tensões com outros grupos militantes.

Com uma eficiência brutal, o grupo, que foi ligado à Al-Qaeda, controla um território tão extenso que efetivamente apagou a fronteira entre Iraque e Síria ao estabelecer as fundações desse novo "Estado".

A declaração feita no último domingo, o primeiro dia do mês sagrado do Ramadã, pode dar início a uma onda de confrontos envolvendo facções militantes sunitas que formam uma frouxa aliança para realizar ações em todo o Iraque.

O porta-voz do EIIL declarou que o chefe do grupo, Abu Bakr al-Baghdadi, é o líder do novo califado, ou Estado Islâmico, e convocou os muçulmanos de todo o mundo, não apenas os que estão em áreas sob seu controle, a jurar lealdade a Baghdadi.

"A legalidade de todos os emirados, grupos, Estados e organizações se torna nula com a expansão da autoridade do califa e a chegada de suas tropas", declarou o porta-voz Abu Mohammed al-Adnani em mensagem de áudio postada na internet. "Ouçam seu califa e o obedeçam. Apoie nosso Estado, que cresce a cada dia."

Adnani não deu uma definição clara a respeito do território do novo Estado, que vai do norte da Síria até a província iraquiana de Diyala, a nordeste de Bagdá.

Ele disse que com o estabelecimento do califado – e a consequente quebra de fronteiras –, o grupo muda seu nome para apenas Es­­tado Islâmico, retirando a menção ao Iraque e ao Le­­vante.

Extremistas muçulma­­nos sonham há muito tempo com a criação do Estado Islâmico, que governaria o Oriente Médio.

Anúncio deve acirrar disputas entre os sunitas

Das agências

Especialistas preveem que a declaração do EIIL pode provocar lutas internas entre os militantes sunitas que uniram forças com o grupo em lutas contra o governo xiita do primeiro-ministro iraquiano Nouri al-Maliki.

O maior impacto, porém, pode ser no movimento jihadista de uma forma mais ampla, em particular no futuro da rede terrorista Al-Qaeda.

Fundado por Osama bin Laden (1957-2011), o grupo que realizou os ataques de 11 de Setembro nos Estados Unidos carrega há muito tempo o manto da causa jihadista no âmbito internacional. Mas o EIIL conseguiu fazer na Síria e no Iraque o que a Al-Qaeda nunca fez: tomar uma grande extensão de território no coração do mundo árabe e controlá-lo.

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